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Mais de 300 crianças raptadas em ataque a escola católica na Nigéria. É o segundo sequestro numa semana

Foram ainda sequestrados 12 docentes. Ataques levaram ao encerramento de vários estabelecimentos de ensino na região, enquanto prosseguem as tentativas de resgate pelas forças de segurança.

22 de novembro de 2025 às 09:31

Um grupo de homens armados raptou mais de 300 crianças de uma escola católica, St Mary’s, na comunidade de Papiri, na região oeste da Nigéria. O sequestro foi confirmado pelo presidente da Associação Cristã da Nigéria (CAN), Bulus Dauwa Yohanna, que confirmou ainda o rapto de 12 professores, de acordo com dados avançados pelo jornal nigeriano Daily Post. Este é o segundo sequestro a acontecer no país numa semana, tendo sido noticiado o rapto de 25 alunas do ensino secundário no estado vizinho de Kebbi, na segunda-feira.

O número de crianças raptadas foi atualizado pela Associação, depois de ter sido primeiramente avançado o número de 215 alunos sequestrados. 

O ataque foi levado a cabo por "suspeitos de terrorismo", de acordo com as autoridades citadas pelo Daily Post. Alguns dos estudantes conseguiram fugir no momento em que os homens armados irromperam pela escola, avançam os meios de comunicação locais. Relatos dos populares dão conta de momentos de "pânico e confusão", em que as crianças tentavam dispersar e os "ataques continuam a mover-se com os alunos para zonas de mato", refere a Associated Press.

“Eles invadiram a escola logo às 2h00 de sexta-feira. Os sequestradores estavam a atirar para o ar", relatou um funcionário diocesano ao Daily Post.

A escola permanece fechada e as forças governativas, assim como a direção do estabelecimento de ensino, estão a trabalhar em conjunto com as agências de segurança nigerianas para que os docentes e alunos sejam libertados. Nenhum grupo reivindicou a autoria dos ataques até ao momento, de acordo com informações oficias das autoridades reveladas pela AP.

O ministério da Educação nigeriano já havia anunciado o encerramento de todas as escolas do ensino primário e secundário da região, devido ao contexto de ataques com grupos armados.

O governo nigeriano afirmou que o sequestro ocorreu num contexto de alertas prévios dos serviços de inteligência e segurança acerca do aumento das ameaças no território. "Lamentavelmente, a Escola St. Mary's prosseguiu com a reabertura e a retomada das atividades académicas sem notificar ou solicitar autorização do Governo do Estado, expondo assim alunos e funcionários a riscos evitáveis”, refere o comunicado mencionado pela AP.

Os acontecimentos levaram a que o presidente nigeriano, Bola Tinubu, viesse a cancelar a viagem à cúpula do G20 marcada para este fim de semana na África do Sul. 

A Nigéria enfrenta múltiplas crises de segurança, com 220 milhões de habitantes do país divididos entre seguidores das duas religiões, sendo os muçulmanos maioria no norte, apontam dados da BBC. O pagamento de resgates já foi proibido numa tentativa de cortar o fluxo de dinheiro para grupos criminosas, mas sem impacto significativo, relatam os meios locais. Pelo menos 1500 alunos foram sequestrados na região desde que jihadistas do Boko Haram raptaram mais de 270 raparigas em Chibok, há mais de uma década, relembra a AP.

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