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"Matei a minha filha. Ela era atrevida": Pai de menina de 10 anos encontrada morta na cama em Inglaterra admite crime

Urfan Sharif assassinou a filha à pancada e fugiu para o Paquistão.

14 de outubro de 2024 às 14:27

Urfan Sharif, pai de Sara Sharif, de 10 anos, que foi assassinada em agosto de 2023, admitiu que matou a filha porque ela era "atrevida". Durante o julgamento, que começou esta segunda-feira no Tribunal Central Criminal de Inglaterra, foi reproduzida a chamada que Urfan fez para a polícia dois dias depois de matar a filha, avança o The Mirror

"Matei a minha filha. Castiguei-a legalmente e ela morreu. Ela era atrevida. Bati-lhe, não era minha intenção matá-la, mas bati-lhe demasiado", admitiu o pai quando ligou para as autoridades.

Urfan Sharif, de 42 anos, a madrasta Sara, Beinash Batool, de 30 anos, e o tio Faisal Malik, de 28 anos, estão acusados do homicídio da menina de 10 anos.

De acordo com aquele meio, um dia depois do homicídio, a família - Urfan Sharif, Beinash Batool e Faisal Malik - fugiu para o Paquistão, onde chegou no dia 10 de agosto. Pelas 2h47 desse mesmo dia o pai de Sara ligou para as autoridades e confessou o crime.

O corpo de Sara foi descoberto debaixo de um cobertor num beliche no andar de cima da sua casa em Woking, Surrey, Inglaterra, a 10 de agosto do ano passado.

"Num quarto do andar de cima, no beliche de baixo, a polícia encontrou o corpo de uma menina, deitada na cama, debaixo do cobertor, como se estivesse a dormir. Mas ela não estava a dormir. Estava morta. O seu nome era Sara Sharif e tinha apenas dez anos quando foi morta", disse o procurador William Emlyn Jones KC, citado pelo The Mirror

Ao lado do corpo estava um bilhete assinado pelo pai onde admitia o crime.

"Fui eu, Urfan Sharif, que matei a minha filha à pancada. Juro por Deus que a minha intenção não era matá-la. Mas perdi a cabeça. Estou a fugir porque tenho medo", podia ler-se na nota deixada.

De acordo com o tribunal, nas semanas que antecederam a morte, Sara foi vítima de uma "campanha de abusos" que lhe provocou dezenas de ferimentos, incluindo ossos partidos, queimaduras e hematomas extensos.

"Sara não tinha sido apenas espancada. O seu tratamento, certamente nas últimas semanas da sua vida, tinha sido terrível; tinha sido brutal", acrescentou o procurador.

Emlyn Jones disse que cada arguido procura agora "desviar a culpa" para os outros e "afastar a responsabilidade de si próprio".

Segundo o The Mirror, Sharif vai alegar que estava a trabalhar fora a maior parte do tempo, que a sua mulher era responsável pelos cuidados de Sara e que ele fez uma falsa confissão para a proteger.

Beinash Batool alegará o contrário, afirmando que o seu marido era um "disciplinador violento, que agredia regularmente Sara". O seu argumento é que ela sabia algo do que se estava a passar, mas que tinha medo do marido.

Faisal Malik vai alegar que não teve nada a ver com a morte de Sara e que não tinha conhecimento dos abusos.

Durante o julgamento, todos se declararam inocentes do homicídio e de causar ou permitir a morte de uma criança entre 16 de dezembro de 2022 e 9 de agosto de 2023.

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