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Milhares de franceses nas ruas contra aumento da idade da reforma

Grevistas em confronto com a polícia, que respondeu com gás lacrimogénio.

19 de janeiro de 2023 às 18:52

Pela primeira vez em 12 anos, as oito principais centrais sindicais de França uniram-se numa greve geral que levou milhares de manifestantes às ruas do país, esta quinta-feira. As manifestações tiveram particular impacto na capital, Paris. 

Os manifestantes protestam contra o projeto de reforma do sistema de pensões apresentado pela primeira-ministra Elisabeth Borne e defendido pelo presidente da república, Emmanuel Macron. Esta medida visa aumentar a idade da reforma em França de 62 para 64 anos.

"É uma greve inédita. Há muito tempo que as oito principais centrais sindicais não se juntavam e ter todas a dizer que não querem esta reforma", disse o secretário-confederal da CGT, Boris Plazzi, à agência Lusa.

O projeto de reforma do sistema de pensões foi apresentado por Elisabeth Borne no dia 11 de janeiro e Emmanuel Macron considera-o "justo e responsável". Os manifestantes discordaram: "São os salários e pensões que devem ser aumentados, não a idade da reforma", lia-se numa faixa erguida por operários em protesto em Tours, no oeste de França.  

O governo francês diz que aumentar a idade da reforma em dois anos e prolongar o período contributivo iria trazer mais 17,7 mil milhões de euros complementares às contribuições anuais da segurança social, permitindo que o sistema estabilize até 2027, conforme os dados do Ministério do Trabalho.

"Este problema pode ser resolvido de uma forma diferente, através da tributação. Os trabalhadores não deveriam ter de pagar pelo défice do setor público" disse Laurent Berger, líder do CFDT, o maior sindicato de trabalhadores de França.

Segundo a agência de notícias Reuters, os líderes sindicais disseram que esta quinta-feira era apenas o início de muitas greves.

A greve geral parou comboios, fechou escolas e paralisou refinarias. A rádio France Inter também aderiu à greve e colocou música a tocar sem fazer a sua habitual programação. Motoristas de autocarros e funcionários públicos também pararam de trabalhar esta quinta-feira.

Os manifestantes atiraram vários objetos às autoridades, que responderam com gás lacrimogénio. Cerca de 20 pessoas foram presas, segundo a BMF TV.

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