Dezenas de milhares de pessoas encheram este domingo o centro de Madrid para exigir a demissão do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, que acusam de "traição" por negociar com os independentistas da Catalunha.
A manifestação, que foi convocada em conjunto pelo Partido Popular e pelo Cidadãos e contou com o apoio do partido de extrema-direita Vox, não teve bandeiras partidárias e decorreu sob o lema ‘Por uma Espanha unida - Eleições já!’.
Este foi o maior protesto contra o governo de Sánchez desde que este assumiu o poder em junho do ano passado, e surge dias antes da crucial votação do Orçamento do Estado, cujo chumbo provocará a queda do executivo, que não tem maioria no Parlamento e depende do apoio do Podemos e dos partidos separatistas catalães.
A oposição acusa Sánchez de ceder às exigências dos independentistas, principalmente ao aceitar um ‘relator’ neutral para supervisionar o diálogo, e nem o facto de o próprio Sánchez ter dado como rotas as negociações com os separatistas na sexta-feira demoveu o PP e o Cidadãos, que acusam o primeiro-ministro de "trair", "humilhar" e "apunhalar pelas costas" o Estado e a Constituição.
"O tempo de Sánchez acabou. Chega de rendição socialista e chantagem independentista", afirmou o líder do PP, Pablo Casado.
Julgamento de separatistas agrava tensão
A manifestação surge numa altura em que a tensão entre Madrid e a Catalunha está ao rubro devido ao início, esta terça-feira, do julgamento dos 12 dirigentes separatistas catalães acusados de rebelião e desvio de fundos públicos por causa da organização do referendo ilegal de 2017 na Catalunha.
Os principais acusados - Oriol Junqueras, Raul Romeva, Jordi Turull e Jordi Cuixart, entre outros - arriscam penas de até 25 anos de cadeia e os separatistas já avisaram que a sua condenação "agravará ainda mais a crise".
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