Missão compreende tropas de oito países da SADC e tem como objetivo o combate ao terrorismo no norte de Moçambique.
Os militares de Angola e da Namíbia que integram a força militar dos países da África austral em Cabo Delgado, no combate ao terrorismo no norte de Moçambique, iniciaram a retirada do terreno, disse fonte da missão.
De acordo com informação da missão militar (SAMIM) da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) a que a Lusa teve esta terça-feira acesso, em 29 de abril realizou-se a "cerimónia de despedida" daqueles dois contingentes no aeroporto de Pemba, capital de Cabo Delgado, com homenagens aos seus membros.
"Serviram bem a SAMIM, o vosso trabalho permanecerá nos corações e nas mentes do povo de Moçambique", declarou, na cerimónia, o comandante da missão, o major-general Patrick Dube, das Forças Armadas da África do Sul (SANDF).
A SAMIM está em Cabo Delgado desde meados de 2021 e, em agosto de 2023, a SADC aprovou o prolongamento por mais 12 meses, até julho de 2024, prevendo um plano de retirada progressiva.
A missão compreende tropas de oito países da SADC, "trabalhando em colaboração com as Forças Armadas de Defesa de Moçambique e outras tropas destacadas para Cabo Delgado".
O Presidente moçambicano disse, na quinta-feira, que a saída em curso da SAMIM acontece após "a estabilização" daquela província, mas que alguns países vão permanecer.
"É do conhecimento público que os nossos irmãos que nos apoiaram, neste caso concreto da SADC, estão de saída, depois de terem atingido uma fase crucial da estabilização (...). Saiu já o Lesoto, está a sair o Botsuana, está a sair a África do Sul", detalhou o chefe de Estado.
Contudo, acrescentou que se mantém em Moçambique "ainda a força da Tanzânia", que coopera "na base bilateral", e os militares do Ruanda, também fora da missão da SAMIM.
O Presidente de Moçambique não comentou, nesta intervenção, a decisão do Presidente da África do Sul, que em abril comunicou a extensão até final do ano da missão sul-africana em Cabo Delgado, que até agora atuava na missão da SAMIM, a qual deverá retirar-se totalmente até 14 de julho.
O porta-voz do Governo moçambicano disse em 30 de abril que o executivo ainda não possui uma "comunicação formal" sobre a extensão do prazo das operações das Forças Armadas da África do Sul em Cabo Delgado.
"Em relação à extensão da tropa sul-africana, a resposta mantém-se, não temos registo de uma comunicação oficial, como foi dito pelo ministro do setor [Cristóvão Chume]", declarou Filimão Suaze, porta-voz do Conselho de Ministros, após uma reunião do órgão.
O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, estendeu até 31 de dezembro deste ano a operação das SANDF, com 1.495 militares, no combate ao terrorismo em Cabo Delgado.
Numa carta dirigida ao Parlamento sul-africano, a que a Lusa teve acesso, o chefe de Estado refere que a extensão daquela missão, ao abrigo da "operação Vikela", vai custar 984.368.057 rands (47,8 milhões de euros), sendo válida desde 16 de abril.
"Os elementos da SANDF destacados vão continuar com as suas responsabilidades no combate a atos de terrorismo e violência extremista no norte de Moçambique", lê-se na carta.
Ramaphosa explica que esta extensão visa cumprir as "obrigações internacionais" da África do Sul perante a SADC no combate ao terrorismo na região.
Um grupo de militares das SANDF na missão SAMIM, denominada Equipa Delta, começou a sair de Moçambique no dia 13 de abril, no processo de retirada que arrancou no início do mês de abril com os militares do Botsuana, seguindo-se um grupo do Lesoto.
O Presidente de Moçambique afirmou em 18 de abril que devem ser os moçambicanos os responsáveis pela defesa do país, face à saída da SAMIM: "O grande responsável pela defesa de Moçambique somos nós, os moçambicanos. Os nossos amigos vão nos ajudar. Eu tenho dito que agora estamos numa fase de capacitação, de construção de resistência, estabilização do país depois da recuperação dos problemas".
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.