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Ministra do Ambiente diz que o Brasil está sob ataque de terrorismo climático e que 60% do país podem arder

Num tom alarmista, Marina Silva referiu que cinco milhões de quilómetros quadrados, poderão ser destruídos pelo fogo se não houver uma forte ação coordenada das autoridades.

18 de setembro de 2024 às 16:37

A ministra brasileira do Ambiente, Marina Silva, fortemente contestada pela fraca resposta do governo à vaga de incêndios que estão a destruir milhões de hectares de florestas, lavouras e até áreas verdes em perímetros urbanos, rejeitou a acusação de omissão contra ela e Lula da Silva e afirmou que o Brasil está a ser alvo do que classificou como "terrorismo climático". Num tom alarmista, Marina Silva avançou que cinco milhões de quilómetros quadrados, ou quase 60% do território brasileiro, poderão ser destruídos pelo fogo se não houver uma forte ação coordenada das autoridades.

"A diferença do Brasil para outros países onde também se está a verificar uma estiagem severa, é que aqui no Brasil nós temos uma aliança criminosa, uma espécie de terrorismo climático, com pessoas a usar as mudanças do clima para agravar ainda mais o problema. Se as pessoas não pararem de atear fogo, nós estamos diante de uma situação, só para se ter uma ideia, de uma área de quase cinco milhões de quilómetros quadrados com matéria orgânica muito seca em processo de combustão muito fácil em função da baixa humidade, da alta temperatura, da velocidade dos ventos. É uma situação de alto risco que se alastra por quase todo o território nacional", declarou a responsável pela pasta do Ambiente e Mudanças Climáticas.

Marina Silva refuta as críticas da imprensa e de ambientalistas de que o governo de Lula da Silva tem sido lento de mais na resposta à vaga de incêndios que tomou conta do Brasil desde o início deste ano e se agravou brutalmente a partir do início do mês de agosto. Ela garante que a tragédia seria ainda maior se não fossem as ações que o executivo de que faz parte tomou, mas reconhece que nem tudo está a surtir o efeito desejado e que ainda há muito a fazer.

"É preciso que haja uma ação coordenada o mais rápido possível e nós estamos a trabalhar nessa direção. As medidas têm sido suficientes? Ainda não têm sido suficientes, mas estamos a ajustá-las o tempo todo, a mobilizar equipas o tempo todo, a aumentar a quantidade de recursos o tempo todo", complementou a ambientalista, criticando as penas extremamente baixas aplicadas a quem é apanhado a atear incêndios, geralmente penas alternativas à prisão, o que, na opinião da governante, estimula os criminosos pela impunidade. 

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