A edição de hoje
Em causa estão alegações de suborno de eleitores, financiamento ilegal do partido e branqueamento de capitais.
A comissão eleitoral da Moldávia proibiu esta sexta-feira o partido pró-Rússia, Coração da Moldávia, de participar nas eleições legislativas que vão decorrer este fim de semana, e cuja campanha tem sido consumida por alegações de interferência russa.
O Coração da Moldávia é um dos quatro partidos que integram o Bloco Eleitoral Patriótico, pró-Rússia, considerado um dos principais adversários do Partido da Ação e Solidariedade, pró União Europeia e pró-Ocidente, nas eleições de domingo.
A comissão eleitoral baseou-se numa decisão proferida um dia antes pelo Tribunal de Recurso que restringiu as atividades do partido durante 12 meses. O Ministério de Justiça solicitou as restrições na sequência de buscas feitas no início deste mês a membros do partido por alegações de suborno de eleitores, financiamento ilegal do partido e branqueamento de capitais.
Em comunicado citado pela agência de notícias norte-americana, Associated Press, a comissão eleitoral afirma que todos os candidatos propostos pelo Coração da Moldávia serão removidos da lista de candidatos e deu ao partido 24 horas para ajustar a sua lista de forma a cumprir com os limites de representação exigidos pela lei eleitoral.
O Bloco Eleitoral Patriótico afirma que deseja "amizade com a Rússia", "neutralidade permanente" e um "Estado que sirva o povo, não os funcionários".
Irina Vlah, líder do partido Coração da Moldávia, condenou a decisão "abusiva" e considerou-a "espetáculo político, criado há muito tempo" pelo partido no poder. Na quinta-feira, a líder partidária foi proibida de entrar na Letónia, Estónia e Polónia, que a acusaram de "ajudar a Federação Russa a interferir nos preparativos para as eleições parlamentares".
Moscovo negou repetidamente qualquer interferência na Moldávia. Na quinta-feira o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia rejeitou as alegações de interferência russa nas eleições da Moldávia como "antirrussas" e "infundadas".
O resultado das eleições do próximo domingo podem determinar se a Moldávia, uma republica soviética até 1991 e atual candidata à União Europeia desde 2022, pode possivelmente integrar o bloco ou se vai regressar à órbita da Rússia.
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