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Morreu o menino que foi resgatado com vida após 17 horas soterrado em prédio no Rio de Janeiro

Resgate tinha sido muito comemorado pelos bombeiros e por populares que assistiram ao incansável esforço para o salvar.

13 de abril de 2019 às 16:21

Morreu na manhã deste sábado o menino Hilton Guilherme Sodré de Souza, de 12 anos, que no final da noite desta sexta-feira tinha sido resgatado com vida após ter ficado quase 17 horas soterrado nos escombros do prédio onde vivia com a família no Morro da Muzema, na cidade brasileira do Rio de Janeiro, que desmoronou.

Com a morte de Hilton, cujo resgate foi muito comemorado pelos bombeiros e por populares que assistiram ao incansável esforço para o salvar, sobe para sete o número de vítimas fatais da queda do prédio onde ele vivia e do edifício contíguo, ocorridos ao amanhecer desta sexta por causas ainda ignoradas.

Hilton permaneceu consciente e a conversar com os bombeiros durante as muitas horas em que os soldados da paz retiraram pedra por pedra e outros escombros do edifício com todo o cuidado para ele não ser definitivamente esmagado.

Quando finalmente foi resgatado, perto das 23 horas locais, três da madrugada deste sábado em Lisboa, parecia ter apenas uma perna partida e escoriações no rosto, mas não resistiu e morreu no Hospital Miguel Couto, na Gávea, zona sul do Rio de Janeiro.

Isabelle, a irmã dele, escapou ilesa ao desmoronamento do prédio, pois o pai de ambos, Hiltonberto, tirou-a de casa ao perceber estalos na estrutura do edifício, recém-construído. Mas não teve tempo de tirar Hilton, que ficou preso pelas pernas a grande profundidade sob os escombros, e nem de se salvar a ele nem à mulher, Maria da Nazaré, que continuam desaparecidos.

Ao todo, até este sábado, o balanço oficial dos Bombeiros e da Protecção Civil do Rio de Janeiro é de sete mortos e dez feridos nos desabamentos, havendo ainda um número indeterminado de pessoas desaparecidas, que os bombeiros continuam a procurar no meio dos escombros.

Os dois edifícios que desmoronaram na Muzema, na zona oeste da capital fluminense, uma região muito afetada pela tempestade que atingiu o Rio de Janeiro na passada segunda-feira, faziam parte de um conjunto de 60 edifícios construídos clandestinamente num terreno invadido ilegalmente no ponto mais alto do morro pela milícia que domina a área, um grupo de polícias e ex-polícias criminosos que comercializam os apartamentos por preços inferiores aos de mercado mas depois obrigam os moradores a pagarem por uma suposta segurança, e a só adquirirem tv a cabo, alimentos, energia elétrica e gás de cozinha com a própria quadrilha.

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