Autoridades de transportes afirmam que mais de 90% das viagens de metropolitano e autocarro são agora pagas com o sistema de pagamento por aproximação.
O Metropolitano de Nova Iorque altera no final do ano, o seu sistema de pagamento, mudando o atual MetroCard para o OMNY, um sistema de pagamento 'contactless'.
Este novo sistema permite utilizar cartões de crédito, telemóveis ou outros dispositivos inteligentes para pagar os bilhetes, tal como fazem noutras compras do dia-a-dia.
O MetroCard substituiu, em 1994, a ficha do Metropolitano nova-iorquino.
As autoridades de transportes afirmam que mais de 90% das viagens de metropolitano e autocarro são agora pagas com o sistema de pagamento por aproximação, introduzido em 2019.
As grandes cidades de todo o mundo, incluindo Londres e Singapura, já utilizam sistemas semelhantes de pagamento 'contactless' há algum tempo. Nos Estados Unidos, São Francisco lançou um sistema de pagamento por utilização no início deste ano, juntando-se a Chicago e outras cidades.
O MetroCard pode ter ultrapassado a sua vida útil, mas na sua época foi revolucionário, afirma Jodi Shapiro, curadora do Museu dos Transportes de Nova Iorque, em Brooklyn, que inaugurou uma exposição no início deste mês refletindo sobre o legado do MetroCard.
Antes dos MetroCards, os passageiros dos autocarros e do metro dependiam das fichas, as moedas de cor bronze introduzidas em 1953 que eram compradas nas bilheteiras das estações. Quando o metropolitano foi inaugurado em 1904, os bilhetes em papel custavam apenas cinco cêntimos de dólar, ou cerca de 1,82 dólares em valores atuais.
"Havia uma resistência à mudança das fichas para algo diferente, porque as fichas funcionam", disse Shapiro numa visita recente ao museu, localizado no subsolo de uma estação de metro desativada.
"Os MetroCards introduziram um novo nível de pensamento para os nova-iorquinos", disse.
A Autoridade Metropolitana de Transportes (MTA) lançou campanhas públicas para ensinar os passageiros a utilizar corretamente os cartões originalmente azuis, na esperança de evitar a temida mensagem de erro ou a perda de tarifas. Os funcionários chegaram a considerar brevemente a ideia de uma mascote peculiar, o Cardvaark, antes de regressarem à realidade.
Os cartões rapidamente se tornaram artigos de coleção, à medida que o sistema de transportes lançava edições comemorativas especiais para assinalar grandes eventos, como a "Subway Series", a série de basebol entre os New York Mets e os New York Yankees na World Series de 2000. Na altura, o bilhete custava 1,50 dólares.
Artistas como David Bowie e Olivia Rodrigo, bem como ícones do hip hop nova-iorquino como Wu-Tang Clan, Notorious B.I.G. e LL Cool J, também estamparam o cartão de plástico ao longo dos anos, assim como séries icónicas de Nova Iorque como Seinfeld e Law & Order.
"Para mim, os cartões mais especiais são aqueles que representam a cidade de Nova Iorque para o mundo", disse Lev Radin, um colecionador do Bronx. "Não apenas fotos de pontos turísticos e paisagens urbanas, mas também de pessoas que vivem e tornam Nova Iorque especial."
Aperfeiçoar o ângulo e a velocidade corretos da passagem do MetroCard tornou-se também um ponto de orgulho, diferenciando os verdadeiros nova-iorquinos dos visitantes.
Durante a sua campanha presidencial falhada de 2016, Hillary Clinton, ex-senadora pelo Estado de Nova Iorque, precisou de cinco passagens dolorosas num torniquete do Bronx, o seu principal adversário, o também democrata na altura, o senador Bernie Sanders, do Vermont, de Brooklyn, nem sequer parecia saber que as fichas tinham sido descontinuadas.
Os passageiros que não gostam de usar um cartão de crédito ou um dispositivo inteligente podem comprar um cartão OMNY recarregável, semelhante a um MetroCard. Os MetroCards existentes também continuarão a funcionar até 2026, permitindo aos passageiros utilizar os saldos restantes.
A MTA afirmou que a mudança permite poupar pelo menos 20 milhões de dólares anualmente em custos relacionados com o MetroCard.
O novo sistema permite ainda viagens gratuitas ilimitadas num período de sete dias, uma vez que a tarifa é limitada após 12 viagens. O valor máximo será de 35 dólares por semana quando a tarifa subir para três dólares em janeiro.
Ainda assim, as novas alterações trazem consigo algumas desvantagens, com alguns críticos a levantarem preocupações sobre a recolha de dados e a vigilância.
Perto de Times Square, numa manhã recente, Ronald Minor estava entre o grupo cada vez mais reduzido de utilizadores do MetroCard. O residente de Manhattan, de 70 anos, disse estar triste com a mudança. Possui um cartão OMNY, mas achou as máquinas de carregamento mais complicadas.
"É difícil para os idosos", disse Minor enquanto apanhava um comboio para Brooklyn. "Não nos ignorem e não façam parecer que não temos importância. Se vocês afastarem estas máquinas, afastam-nos."
John Sacchetti, outro utilizador do MetroCard na estação Port Authority, disse que gosta de poder ver o seu saldo ao passar pelo torniquete, assim sabe quanto gastou nas viagens.
"É como tudo na vida, apenas uma questão de costume", disse enquanto caminhava em direção ao norte. "Depois de me habituar, acho que vai ficar tudo bem".
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