Incêndios florestais são uma fonte permanente das partículas mais poluentes e nocivas da atmosfera.
Um especialista da agência climática da ONU previu, esta sexta-feira, que os incêndios florestais que devastaram Portugal e Espanha em agosto deverão agravar a qualidade do ar em todo o continente europeu.
"As elevadas emissões causadas por estes incêndios têm o potencial de afetar não só as cidades espanholas, mas também o resto da Europa Ocidental e todo o continente", disse o cientista-chefe da Organização Meteorológica Mundial (WMO, na sigla em inglês).
Em conferência de imprensa, Lorenzo Labrador sublinhou que o impacto das emissões provocadas pelos incêndios - que afetaram até 1% da Península Ibérica - atravessa frequentemente fronteiras.
O especialista recordou os incêndios florestais que afectaram o Canadá no ano passado, cujos efeitos na qualidade do ar também se fizeram sentir na Europa, atravessando o Atlântico Norte.
Labrador referiu ainda que os incêndios florestais são uma fonte permanente das partículas mais poluentes e nocivas da atmosfera, aquelas com um diâmetro inferior a 2,5 mícrons (conhecidas como 2,5 PM).
O especialista fez estes comentários ao apresentar a edição anual do boletim de qualidade do ar da WMO, que compila dados de 2024.
O relatório aponta para um aumento da poluição pelas partículas 2,5 PM, sobretudo na América do Sul, devido aos incêndios florestais que atingiram regiões como a Amazónia, e também no Canadá, Sibéria e África Central, em circunstâncias semelhantes.
Pelo contrário, este tipo de poluição voltou a cair no leste da China, onde cidades como Pequim já estiveram entre as mais poluídas do mundo, mas onde medidas sistemáticas de mitigação tiveram resultados positivos.
O relatório analisa ainda as variações na presença de aerossóis (pequenas partículas em suspensão), sendo que alguns tipos contribuem para o aquecimento global, enquanto outros produzem arrefecimento.
Por exemplo, os aerossóis produzidos pelas emissões de enxofre diminuíram ao longo dos anos graças às medidas tomadas para reduzir a sua presença nos combustíveis, algo que melhorou a qualidade do ar e reduziu as mortes prematuras e a asma infantil.
No entanto, esta redução também contribuiu para um aumento de 0,04 graus Celsius nas temperaturas globais até 2025, indicou Labrador, uma vez que estes aerossóis refletem parte da radiação solar.
A agência da ONU destaca ainda o aumento dos episódios de 'smog', ou nevoeiro de poluição, no inverno em muitas regiões do mundo, incluindo o norte sobrepopulado da Índia, e alerta que "não são um mero fenómeno meteorológico sazonal", mas um sintoma do aumento das emissões de poluentes devido à ação humana.
Esta previsão surge um dia depois da divulgação de um estudo que conclui que as alterações climáticas provocadas pela atividade humana aumentaram em 40 vezes o risco de ondas de calor como a que alimentou os incêndios florestais em Portugal e Espanha em agosto.
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