A edição de hoje
Trump levantou a suspensão de entrega de armas a Kiev. Diz que a Ucrânia está a ser atingida com "muita, muita força"
Desiludido com o andamento das negociações de paz na Ucrânia e frustrado com a postura pouco cooperante do Presidente russo em alcançar um acordo de cessar-fogo duradouro, Donald Trump decidiu retomar o fornecimento de armas a Kiev, ainda que limitadas à defesa aérea. “Acho que ele [Putin] não está a querer parar, e isso é uma pena”, lamentou o Presidente norte-americano.
“Eles [ucranianos] têm de ser capazes de se defender. Estão a ser atingidos com muita, muita força. Vamos enviar mais algumas armas - principalmente armas defensivas”, acrescentou Trump.
O porta-voz do Pentágono, o departamento de Defesa dos EUA, concretizou: “O objetivo é garantir que os ucranianos se podem defender”, enquanto continuam os esforços que conduzam a “uma paz duradoura e ao fim da matança”, disse Sean Parnell. Esta decisão surge após uma conversa telefónica mantida sexta-feira entre Donald Trump e Volodymyr Zelenskyy, na qual o líder ucraniano procurou sensibilizar o seu homólogo norte-americano para a necessidade de “reforçar a proteção dos nossos céus”, disse. Em causa, intercetores para os sistemas de defesa aérea Patriot, projéteis de artilharia guiados com precisão e mísseis que a força aérea ucraniana dispara a partir de aviões F-16 fabricados nos Estados Unidos.
A decisão de suspender o envio de armas para a Ucrânia partiu do secretário de Estado da Defesa, Pete Hegseth, mas, tal como das duas vezes anteriores em que o fez, em fevereiro e maio, a ordem acabou por ser revertida dias mais tarde.
Nas últimas semanas, a Rússia tem intensificado os ataques em todo o território ucraniano, com o lançamento de centenas de drones e mísseis, inclusive sobre a capital.
Além da ajuda norte-americana e dos seus principais aliados, Zelensky tem insistido na necessidade de o seu país aumentar significativamente a produção de “todos os tipos de drones”, como sublinhou ontem no seu discurso diário. “Passo a passo, estamos a fechar o problema do financiamento para a produção de drones e intercetores de drones. Também estamos a trabalhar com os nossos parceiros para garantir que a produção nos seus países funcione tanto quanto possível, não só para a nossa proteção comum, como para o período pós-guerra”, disse Volodymyr Zelensky.
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