A edição de hoje
Um tribunal antiterrorista paquistanês da cidade de Hyderabad condenou hoje à pena de morte o líder islamita Ahmed Omar Saeed Sheikh, popularmente conhecido como Xeque Omar, pelo sequestro e assassínio do jornalista norte-americano Daniel Pearl, de 38 anos, raptado no passado dia 23 de Janeiro em Carachi, no Sul do Paquistão, e posteriormente assassinado. Os três cúmplices do crime foram condenados a prisão perpétua.
O jornalista, correspondente do jornal “The Wall Street Journal”, raptado quando se encontrava a preparar ma reportagem sobre o fundamentalismo islâmico, acabou por ser decapitado pelos seus sequestradores, que gravaram em vídeo a forma bárbara como o crime foi cometido, enviando as imagens ao consulado dos EUA, em Carachi. Peritos do FBI que analisaram a gravação confirmaram a sua autenticidade.
A acusação contra o Xeque Omar baseou o processo na confissão inicial feita por ele aquando da sua detenção, da qual se retractou pouco depois, e no testemunho de um taxista que assegurou ter visto o militante islamita com Daniel Pearl num restaurante de Carachi, na noite em que o jornalista desapareceu. A defesa alegou sempre que a acusação fabricou provas contra o militante islamita, que será enforcado.
O Xeque Omar, um de três líderes integristas que foram postos em liberdade em 1999, em troca da libertação de um avião da Indian Airlines que havia sido desviado para a cidade afegã de Kandahar, já reagiu à pena de morte a que foi condenado, ameaçando com represálias. O líder islamita, que estudou no Paquistão e no Reino Unido, abandonou os estudos de Economia em Londres, para se juntar a um grupo muçulmano que lutou na Bósnia e em Cachemira.
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