O governo francês anunciou ontem um substancial reforço dos meios humanos e materiais envolvidos na luta contra o terrorismo, incluindo a criação de 2680 novos empregos nos serviços de informações e segurança, numa primeira resposta aos atentados de há duas semanas em Paris.
"A luta contra o terrorismo, o jihadismo e o islamismo radical será longa, e para isso precisamos de reforçar os meios humanos e materiais dos serviços de informações", afirmou o PM Manuel Valls ao anunciar as novas medidas, que entrarão em vigor já este ano e que custarão um total de 736 milhões de euros aos cofres do Estado até 2017.
Segundo Valls, há neste momento em França quase 3 mil indivíduos sob vigilância por suspeita de ligações ao islamismo radical, pelo que será dada prioridade ao reforço dos meios humanos. Além de 2680 novos polícias, analistas e agentes dos serviços de informações, o governo vai também contratar 60 clérigos islâmicos para ajudar a combater a radicalização de jovens muçulmanos nas prisões e criar alas especiais para os detidos por terrorismo.
Valls adiantou ainda que uma nova legislação antiterrorista será apresentada no Parlamento até março, lembrando que a atual é "anterior à internet" e às novas formas de radicalização de terroristas.