Ex-presidente pediu a mudança do seu visto para turista, o que lhe permitiria continuar no país por mais seis meses.
O Partido dos Trabalhadores, do presidente Lula da Silva, pediu oficialmente aos Estados Unidos que neguem o visto de turista solicitado na semana passada pelo ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro. Tendo entrado nos EUA dia 30 de dezembro como chefe de Estado para uma suposta visita oficial, mesmo não tendo sido convidado por ninguém, Bolsonaro solicitou no passado dia 27 de janeiro a mudança do seu visto para turista, o que lhe permitiria continuar no país por mais seis meses.
O pedido para rejeição do visto a Bolsonaro foi feito de duas formas: um ofício encaminhado aos órgãos norte-americanos responsáveis pela análise de pedidos de estrangeiros, nomeadamente à Unidade de Prevenção e Combate a Fraudes, e à embaixadora dos EUA no Brasil, Elizabeth Frawley Bagley. A diplomata reuniu-se esta sexta-feira com o presidente Lula da Silva para prepararem a visita que o brasileiro fará aos Estados Unidos nos próximos dias, e o deputado federal e líder do PT na Câmara dos Deputados, Reginaldo Lopes, que acompanhava o chefe de Estado, aproveitou para entregar o ofício à diplomata pessoalmente.
Na missiva, o Partido dos Trabalhadores realça à unidade de combate a fraudes que Jair Bolsonaro entrou nos EUA já de forma fraudulenta, invocando uma visita oficial sem que de facto tenha sido convidado por qualquer autoridade norte-americana, e apenas um dia antes do fim do seu mandato, que terminou em 31 de Dezembro. Ou seja, destaca o partido presidencial, Bolsonaro já usou de má fé ao entrar no país, pois sabia perfeitamente que um dia depois de ter chegado aos Estados Unidos perderia o mandato e o direito a usar o visto diplomático.
Além disso, reforça o pedido entregue à embaixadora e ao órgão fiscalizador dos EUA, Bolsonaro pediu agora visto de turista mas tem participado em actividades políticas e eventos remunerados, o que está vedado a quem tem esse tipo de autorização para estar no país. Dia 31, por exemplo, Jair Bolsonaro foi a estrela de um evento pago (cada entrada custava entre 10 dólares e 50 dólares, de acordo com a proximidade física do convidado ao antigo presidente) realizado em Orlando por apoiantes seus para tentarem arrecadar dinheiro para o manter no país, e representantes do ex-governante estão a organizar uma agenda de palestras remuneradas, o que a lei também proibe.
Astutamente, Bolsonaro pediu a mudança de visto somente três dias antes do final da validade do anterior, e, como geralmente um pedido desses demora de dois a quatro meses para ser respondido, em princípio poderá ficar legalmente nos EUA até decisão das autoridades locais. O ex-presidente está hospedado no luxuoso condomínio Encore Resort At Reunion, em Kissimee, cidade próxima a Orlando, tendo ficado os primeiros 30 dias supostamente como convidado na mansão do ex-lutador brasileiro José Aldo, e mudou-se esta semana para uma outra elegante casa no mesmo condomínio, paga ainda não se sabe por quem.
A mulher de Bolsonaro, Michelle, e a filha menor de ambos, de 10 anos, que retoma as aulas no Brasil na semana que vem, que viajaram com ele para os EUA em Dezembro, regressaram dia 26 de Janeiro ao Brasil e a ex-primeira-dama lançou-se numa intensa agenda política no lugar do marido. O ex-presidente, que seguiu os conselhos dos advogados e fugiu um dia antes de perder a imunidade do cargo de presidente para não correr o risco de ser preso no âmbito de uma das mais de 20 investigações de que é alvo, ficou nos EUA com o filho Carlos, vereador no Rio de Janeiro e chefe da ala mais radical do bolsonarismo, que, tal como o pai, receia ser preso.
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