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PLANO DO G-8 PARA ÁFRICA CRITICADO

Em resposta ao apoio dado pela União Europeia (UE) ao presidente palestiniano, o governo de Israel reafimou a sua posição: “Arafat é história”. Segundo um alto responsável israelita, “desde que os Estados Unidos pediram uma mudança na liderança palestiniana, Arafat está acabado”.

28 de junho de 2002 às 23:40

Para Israel, a postura da UE é um anacronismo e mostra que os europeus não querem compreender que Yasser Arafat se transformou num obstáculo à paz no Médio Oriente. Recorde-se que foi na Cimeira do G-8 que a União Europeia, pela voz de José María Aznar, fez saber que Arafat continuará a ser o seu interlocutor enquanto for presidente da Autoridade Palestiniana, tendo, porém, exigido a implementação das reformas nas instituições. Nesse mesmo dia, Washington avisara os palestinianos que se não retirassem Arafat de cena ficariam sem os seus investimentos e ajudas...

O presidente norte-americano, George W. Bush, desdramatizou este distanciamento da Europa em relação à imposição de uma liderança na Palestina, afirmando que as reacções foram positivas.

Na verdade, àparte da questão de Arafat, o plano norte-americano foi saudado por todos, inclusivamente pelos países árabes, porque defende um Estado palestiniano e o cumprimento das resoluções das Nações Unidas. O presidente russo, Vladimir Putin, tentou pôr água na fervura, salientado que o seu homólogo norte-americano nunca falara abertamente no afastamento de Arafat. Todavia, ninguém tem dúvidas que é ele o visado.

No comunicado final da cimeira do G-8, o assunto da liderança palestiniana foi evitado, tendo-se defendido a coexistência, no Médio Oriente, de dois estados, Israel e Palestina, com fronteiras seguras.

Muito embora Israel tenha feito questão de reafirmar a sua posição no que respeita ao presidente palestiniano, o moderado Shimon Peres, chefe da diplomacia israelita, avançou com uma posição conciliatória, afirmando que o seu governo estaria disposto a aceitar o actual presidente palestiniano se houvesse reformas. “Se o presidente Arafat levasse a cabo reformas, a situação perderia o seu carácter de urgência” -- afirmou Peres, ressalvando a posição do executivo:”Mas ele evita agir. Devo relembrar que ainda nada fez, não levantou sequer um dedo”.

Enquanto se aguardam os passos seguintes na diplomacia para a paz no Médio Oriente, Israel prossegue as operações militaraes nos territórios palestinianos. Em Hebron, após quatro dias de cerco às instalações de segurança da Autoridade Palestiniana, onde se encontravam refugiados 15 militantes do Tanzim, que recusaram render-se, o Exército israelita avançou ontem em peso contra o edifício, onde se registaram fortes explosões. Segundo um jornalista da Reuters, as tropas entraram no complexo, aparentamente determinadas a deter ou aniquilar os alegados terroristas.

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