Autoridade vai apurar se presidente brasileiro sabia realmente que se estava a montar no Ministério da Saúde um gigantesco esquema de fraude e corrupção.
A Polícia Federal (PF) brasileira iniciou uma investigação contra o presidente do país, Jair Bolsonaro, suspeito de crime de prevaricação por não ter agido para impedir um alegado esquema de corrupção e desvio de milhões de dinheiro público na compra da vacina indiana Covaxin contra a Covid-19. A investigação foi determinada na semana passada pela juiza Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), mesmo com a resistência da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Inicialmente, a PGR, cujo chefe, o Procurador-Geral Augusto Aras, normalmente se alinha ao governo, tentou travar a investigação alegando não haver indícios suficientes ou, ao menos, que se esperasse mais uns meses, até final dos trabalhos de uma comissão do Senado que já apura irregularidades na área da Saúde. Rosa Weber, relatora do caso no STF, deu uma resposta dura à PGR, afirmou que o órgão não é pago para ficar a olhar o trabalho dos outros nem pode eximir-se do seu papel fiscalizador, e determinou que a procuradoria refizesse imediatamente o parecer, o que foi feito.
O que a Polícia Federal vai apurar é se Bolsonaro sabia realmente que se estava a montar no Ministério da Saúde um gigantesco esquema de fraude e corrupção, que daria milhões de dólares de "luvas" a altos funcionários do órgão presumivelmente envolvidos. Um até então aliado de Bolsonaro, o deputado Luís Miranda, afirmou em Junho à comissão do Senado que apura irregularidades que, em Março, ao saber pelo irmão, Luís Ricardo Miranda, chefe do departamento de importação de vacinas do Ministério da Saúde, que havia corrupção na aquisição da Covaxin, foi pessoalmente ao palácio presidencial alertar o presidente.
Bolsonaro inicialmente reconheceu que o encontro ocorreu mas não falou sobre o que versou, depois, acusado de não ter feito nada para impedir as fraudes, mudou de discurso, alegando já nem se lembrar se tinha encontrado ou não os irmãos miranda e, mais recentemente, fez uma espécie de reclamação e lamento, afirmando que não pode tomar conta de tudo. A PF tem por isso a missão de provar que o encontro aconteceu e que Jair Bolsonaro foi avisado dos crimes e não fez nada, o que o torna cúmplice, ou se o chefe de Estado realmente não sabia do esquema de corrupção e, portanto, não tinha como tomar medidas.
No fim de semana, uma sondagem realizada e divulgada pelo Instituto Datafolha revelou que os brasileiros não acreditam na inocência do presidente. Segundo a sondagem, 70% acreditam que há corrupção no governo de Jair Bolsonaro e 64% acreditam que, ao menos no caso da Covaxin, o presidente sabia e não agiu.
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