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Polícias acossados e expulsos de hotéis na Catalunha

Centenas de pessoas cercaram locais onde estão alojados agentes enviados por Madrid.

04 de outubro de 2017 às 01:30

Dezenas de milhares de pessoas saíram ontem à rua em Barcelona e outras cidades da Catalunha numa greve geral de protesto contra a atuação da polícia durante o referendo e para exigir a retirada de todas as forças da Polícia Nacional e da Guardia Civil enviadas por Madrid para a região. Na segunda-feira à noite, hotéis onde os agentes estão alojados foram cercados por manifestantes e alguns estabelecimentos foram mesmo ameaçados.

Viveram-se momentos de tensão junto a várias esquadras e hotéis onde estão alojados os polícias, com os manifestantes a gritarem insultos contra as "forças de ocupação" e a baterem tachos noite dentro para impedirem o descanso dos agentes. Policias regionais catalães tiveram mesmo de formar um cordão de segurança para evitar confrontos.

Pelo menos três hotéis em Pineda del Mar, Calella e Reus pediram aos polícias para sair, e um gerente disse ter sido ameaçado pela câmara local com o congelamento de uma licença de obras. Vários polícias que trabalham há anos na Catalunha denunciaram também ameaças contra as suas famílias.

Reunido de urgência, o governo de Madrid considerou o acosso contra os polícias "intolerável" e deu ordens aos agentes para não abandonarem os locais onde se encontram alojados.

‘Rosto’ da repressão policial mentiu

Marta Torrecillas, a mulher que se tornou um dos rostos da repressão policial na Catalunha ao relatar que os polícias lhe partiram os dedos "um por um" e lhe "apalparam os seios" quando a expulsaram à força de uma assembleia de voto, afinal, mentiu. A própria Marta admitiu ontem a uma rádio que apenas sofreu uma inflamação num dedo e não tem qualquer fratura. Já o vídeo do incidente não mostra qualquer agressão sexual.

Rei garante ordem constitucional

O rei Felipe VI acusou o governo catalão de "deslealdade inadmissível" e frisou que "é responsabilidade do Estado assegurar a ordem constitucional". Numa mensagem ao país, o monarca garantiu ainda a "unidade de Espanha".

Delito de ódio

A Procuradoria-Geral espanhola abriu uma investigação por possíveis delitos de ódio, ameaças e coação contra as forças policiais na Catalunha.

"Parece o País Basco"

Sindicatos policiais compararam situação na Catalunha com "o País Basco em 1981" e lembraram que agentes "são neste momento os únicos garantes do Estado de Direito" na Catalunha.

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