page view

Porque é que a Itália é o país da Europa mais afetado pelo coronavírus?

País é o segundo maior foco de Covid-19 no Mundo, a seguir à China, tendo já registado mais de 9000 casos.

10 de março de 2020 às 10:30
A carregar o vídeo ...

Itália acorda deserta no primeiro dia de quarentena nacional. Veja as imagens

A Itália é o segundo país com mais casos de coronavírus em todo o Mundo, apenas antecedido pela China, onde o novo surto teve origem. No total, já foram detetados 9172 casos de pessoas infetadas e a pandemia já provocou mais de 400 mortos no País.

Mas porque razão é o país italiano o maior foco de Covid-19 no continente europeu? A resposta a esta pergunta ainda não é clara, mas vários infeciologistas tentam encontrar hipóteses que a justifiquem.

Uma das razões que podem estar na origem do avultado número de casos infetados é o facto de a Itália ser um dos países que está a apostar num maior controlo médico e a realizar mais exames, mesmo a pacientes assintomáticos que não revelem sinais da doença.

Outra das hipóteses assenta na grande afluência de turismo que conflui na Itália, que só no ano de 2019 foi visitada por mais de quatro milhões de cidadãos chineses. Apesar de o surto só ter ganho visibilidade no início deste ano, vários especialistas acreditam que este já exista há mais tempo e que se tenha disseminado de forma silenciosa.

A taxa de mortalidade, que se tem revelado superior à média mundial (em Itália é de 3,5%, mais 0,1 pontos percentuais do que no resto do planeta), pode dever-se ao facto de o País ter uma enorme população envelhecida. A Itália é o segundo país do mundo com uma maior taxa de envelhecimento, ultrapassada apenas pelo Japão.

'Paciente Um': o cerne da questão

Até ao momento, os especialistas ainda não conseguiram afirmar com certeza se a explosão de casos na Itália teve início com uma pessoa que tenha regressado da China ou de qualquer outro País afetado pelo surto.

No entanto, o governo italiano está a investigar um homem de 38 anos, residente em Codogno, no Norte do país, considerado como o 'Paciente Um'. O primeiro-ministro acusa um hospital de ter falhado no procedimento de diagnóstico e isolamento do paciente, que foi internado em estado grave, e que se suspeita ter transmitido o vírus à mulher que estava grávida, a um amigo, a três idosos e a oito profissionais de saúde e pacientes do hospital onde foi atendido.

Ao que tudo indica, aquela unidade hospitalar não tratou o caso como sendo suspeito de infeção por coronavírus, uma vez que o homem não apresentava nenhuma ligação clara com a China, tendo ficado apenas isolado três dias depois do internamento.

Itália em quarentena total

O governo italiano alargou esta segunda-feira as medidas de contenção e isolamento a todo o país, encerrando escolas, cancelando todos os eventos públicos e proibindo todas as deslocações sem ser por motivos de trabalho ou de saúde.

As medidas, anunciadas esta segunda-feira à noite pelo primeiro-ministro Giuseppe Conte, entram hoje em vigor e vão durar até 3 de abril.

Estão suspensas todas as atividades culturais, religiosas e desportivas, incluindo a Liga italiana de futebol.

Os transportes públicos vão continuar a funcionar mas o governo apelou às pessoas para permanecerem em casa e só saírem à rua por motivos profissionais ou situações de emergência. Na semana passada, o governo italiano já tinha colocado 16 milhões de pessoas em isolamento na região da Lombardia.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8