Portugueses entre os manifestantes que exigem novo referendo.
1 / 50
Mais de um milhão de pessoas saíram este sábado às ruas de Londres e marcharam por um novo voto popular relativamente ao Brexit.
A marcha contra a saída do Reino Unido da UE, que continua num impasse sem fim à vista, levou também muitos políticos que se opõem à saída para as ruas da capital inglesa.
"O primeiro-ministro e seu governo mostraram-se completamente incapazes de entregar o resultado da votação de 2016, e é por isso que é certo que volte a ser uma decisão do povo", avançou a primeira-ministra escocesa Nicola Sturgeon, citada pelo The Guardian.
Já o vice-presidente do Partido Trabalhista, Tom Watson, afirmou aos milhares que se encontravam em Parliament Square: "May, tu não falas por nós".
Portugueses erguem bandeira nacional durante manifestação
Um grupo de portugueses levantou a bandeira nacional durante a manifestação em Londres a favor de um novo referendo ao 'Brexit', argumentando que os britânicos agora estão mais informados e que têm o direito de mudar de opinião.
"Eu acho que o momento em que fizeram o primeiro referendo foi muito inoportuno e agora é uma altura em que as pessoas estão mais informadas. Acho que é a altura para nós, que não tomámos uma posição anteriormente, tomarmos uma posição agora", afirmou o luso-angolano Lando Armada à agência Lusa.
Ao levar uma bandeira portuguesa, o grupo quis sinalizar a presença e a solidariedade dos portugueses com os restantes manifestantes, que, segundo os organizadores, rondou um milhão de pessoas.
"Temos alguma preocupação porque poderá afetar-nos diretamente e devemos como companheiros de país e de cidade estar do lado deles e preocuparmo-nos e apoiarmos e participar", justificou António Borges, natural de Lisboa e no Reino Unido há quatro anos.
Este profissional da hotelaria concorda que as pessoas estão mais informadas e que na altura do primeiro referendo, em 2016, existia muita imigração que influenciou grande parte dos 17,4 milhões de britânicos que votaram pela saída do Reino Unido da União Europeia.
"Neste momento o povo está mais informado e deviam dar uma nova oportunidade ao povo de decidir novamente sobre o 'Brexit'. Eu acho que neste momento o povo terá uma outra opinião", acredita.
Miguel Alves lembra que a própria primeira-ministra, atualmente empenhada em cumprir a "instrução" dada pelos eleitores em 2016, fez inicialmente campanha pela permanência na UE.
"É importante mostrar à Theresa May que o que ela está a fazer é um disparate de todo o tamanho e que deve dar a oportunidade aos eleitores para, se tiverem de mudar o sentido de voto, para poderem mudar porque, no caso dela, ela mudou também o sentido de voto. Se ela pode mudar de campo, nós também podemos, e os eleitores britânicos também podem", disse à Lusa este motorista, natural de Viseu.
Já Guilherme Rosa, antigo autarca em Londres, não acredita que a manifestação deste sábado consiga convencer o governo a promover um novo referendo que reverta o resultado anterior, mas espera que seja importante para pressionar a favor de um 'Brexit' mais suave.
"É de facto uma forma de pressionar e de os decisores políticos verem que cada vez mais pessoas estão alerta. Esta maioria silenciosa de pessoas que são contra um 'Brexit' tresloucado e altamente prejudicial é mais uma ajuda, mas de facto não será capital", admitiu.
Juntamente com a petição a favor da revogação do artigo 50.º, que este sábado já soma 4,5 milhões de assinaturas, vincou, serve para "um chamar de atenção muito grande para a Theresa May e para o governo que as pessoas estão cada vez a insurgir-se mais contra isto".
Sob o lema "Pergunta ao Povo", a manifestação foi organizada pela campanha 'People's Vote', que deseja que um acordo para o 'Brexit' aprovado pelo parlamento seja de novo submetido a referendo, com a opção de permanecer na UE.
O processo de saída do Reino Unido da UE está atualmente num impasse devido à falta de uma maioria de deputados que aprove o acordo negociado pelo governo com Bruxelas, tendo a UE aceitado adiar a data de saída prevista para 29 de março por duas semanas, até 12 de abril.
Este prazo poderá estender-se até 22 de maio se o parlamento britânico entretanto aprovar um acordo.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.