Alok Shoarma queria pronta uma declaração final com um texto de consenso às 18h00 de hoje, mas tal não aconteceu, sem grande surpresa.
A cimeira do clima da ONU (COP26) vai ultrapassar o prazo previsto para o encerramento ainda sem acordo sobre algumas das principais questões que continuam sem consenso para o cumprimento do Acordo de Paris sobre alterações climáticas.
O britânico Alok Sharma, presidente da 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, disse durante duas semanas que queria pronta uma declaração final com um texto de consenso às 18h00 de hoje, mas tal não aconteceu, sem grande surpresa.
Seria inédito uma COP terminar à hora marcada e a única coisa certa, para já, é que as negociações vão continuar pela noite, aguardando-se ainda uma versão "limpa" de proposta de declaração, que não tem hora para ser divulgada e muito menos para ser aprovada.
Os líderes das delegações reunidos esta tarde em plenário falaram durante três horas e meia, até à suspensão do plenário, para que as negociações continuem.
Vários pontos de disputa permanecem, alguns deles semânticos, mas que justificam o braço de ferro entre os interesses dos vários países, que deve prolongar-se durante horas indeterminadas.
De Glasgow não sairão compromissos de redução de emissões e de neutralidade carbónica suficientes para garantir, para já, o objetivo central do Acordo de Paris, que é conter até ao fim do século o aumento da temperatura global em 1,5 graus centígrados acima dos valores médios da era pré-industrial.
Entre os pontos em debate estão a proposta de os estados-membros do Acordo de Paris apresentarem novas metas nacionais de redução de emissões em 2022, com uma substituição de verbo a marcar o texto mais recente: o "incitar" de quinta-feira passou hoje a "requisitar", uma minudência de diplomacia climática que em linguagem da ONU confere mais urgência ao apelo.
Sobre o artigo 6.º do Acordo de Paris, que se refere à criação de um mercado global de licenças de emissões carbónicas, não existe ainda consenso sobre um modelo com regras transparentes e que uniformize os critérios de contabilização de emissões.
O financiamento climático dos países desenvolvidos aos com menos recursos para reduzirem emissões e mitigarem e adaptarem-se aos efeitos das alterações climáticas é outro ponto de litígio, com os países mais pobres a reclamarem dinheiro para conseguirem cumprir metas de descarbonização e emissões neutras, objetivos que consideram estar a ser impostos pelos países com mais recursos.
Um grupo de mais de 20 países - incluindo a China e a Índia - exigiu mesmo a retirada de um capítulo sobre mitigação de emissões, acusando os países que se comprometem a ser carbonicamente neutros em 2050 de "colonialismo carbónico".
A tensão aplica-se também aos apelos no texto final para acabar com subsídios aos combustíveis fósseis e para abandonar progressivamente a sua utilização.
Ao longo de duas semanas, houve acordos para assuntos como a redução das emissões de metano, subscrito por mais de uma centena de países que se comprometeram a reduzir em 30 por cento até 2030 as emissões do outro gás mais responsável pelo efeito de estufa a seguir ao dióxido de carbono.
Outro consenso verificou-se para combater a desflorestação, com outro acordo com mais de 100 adesões para acabar e reverter a destruição de florestas globalmente até 2030, que não esconde o fracasso de outro acordo com o mesmo fim cuja meta era 2020.
Mais de 40 países comprometeram-se ainda a acabar com a produção de energia a partir de carvão, começando a partir de 2030.
Portugal foi um dos primeiros 11 países e territórios a declarar o fim da exploração de gás e petróleo em 2050, uma iniciativa que é a primeira do seu género, mas a que só aderiram dois países com produção significativa, França e Dinamarca.
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