PSL tem apenas 52 dos 513 deputados e mesmo com apoios está longe da maioria numa câmara com 30 partidos.
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Apesar da vitória convincente nas Presidenciais e de ter conseguido eleger aliados por todo o Brasil, Jair Bolsonaro não terá uma vida fácil quando assumir o cargo em janeiro. Para governar, ele vai ter de enfrentar um Congresso fragmentado e renovado que ninguém sabe como se comportará.
Na Câmara dos Deputados, dividida entre 30 partidos, 241 dos 513 deputados são estreantes e o partido de Bolsonaro, o Partido Social Liberal (PSL), apesar de ter passado de um para 52 lugares e ter a segunda maior bancada atrás do PT (56), só vai ter o apoio claro de dois grupos políticos, o que é insuficiente para a maioria.
Outros oito partidos, incluindo o PT, já anunciaram que vão fazer oposição, e os restantes 19, a maioria dos quais se manteve neutra na segunda volta das presidenciais, por enquanto vão manter-se como independentes, o que obrigará a exaustivas negociações proposta a proposta. A esperança do PSL é que os muitos governadores de estado que Bolsonaro ajudou a eleger pressionem os deputados das suas regiões para votarem a favor do presidente.
A vaga pró-Bolsonaro foi tão grande que ele venceu domingo em quatro estados que desde 2002 davam a vitória a candidatos do PT, e noutros sete que desde 2006 davam a vitória ao PSDB, de Geraldo Alckmin.
Dos 27 estados do Brasil, Haddad só venceu em 11, nove dos quais no Nordeste e com menor eleitorado, enquanto Bolsonaro venceu nos outros 16, incluindo todos os estados de maior dimensão.
Fernando Haddad pronto para liderar oposição
Apesar da derrota, Fernando Haddad sai destas eleições reforçado pelos 47 milhões de votos que recebeu e pronto a assumir o papel de novo líder da esquerda brasileira.
Terá, no entanto, de enfrentar resistências dentro do PT e de disputar a liderança da oposição com Ciro Gomes, do PDT, terceiro colocado na primeira volta, que já anunciou que será candidato em 2022.
"Está mal, é preciso mudar"
Oito minhotos sentados há mesa a cantar ao desafio acompanhados por uma concertina e um cavaquinho. Estamos no Rio de Janeiro, mas podia ser em Portugal. Entre as lembranças da terra natal fala-se das eleições. "A esquerda teve o Brasil na mão 14 anos e afundou o país.
O novo presidente precisa de mudar, porque isto está muito mal", lamenta António Freitas, 75 anos, natural de Vila Real e emigrado há 50 anos. A mudança também é defendida por Joaquim Gomes, de Viana do Castelo. Tem 81 anos, está no Brasil há 62 anos, e afirma que "hoje mais do que nunca precisamos de patriotas a dirigir o país, não podem pensar só neles ou nos amigos, têm de colocar o Brasil acima de tudo".
A frase foi um dos slogans da campanha de Jair Bolsonaro, o preferido dos portugueses sentados à mesa na Casa do Minho, que há 94 anos mantém vivas as tradições portuguesas. O presidente é Agostinho Santos, que está no Rio há quase 60 anos. Considera que a violência é o grande problema. "Sempre existiu, mas hoje estamos impedidos de andar à noite, de andar de carro, é muito perigoso".
Apesar disso, nenhum tem intenções de largar tudo e voltar.
PORMENORES
Haddad não telefonou
Haddad não telefonou no domingo a Bolsonaro para o felicitar. Ontem, após ser criticado, o candidato do PT acabou por desejar "sucesso" ao adversário através do Twitter, dizendo estar a fazê-lo de "coração leve". Bolsonaro agradeceu.
Transição em marcha
Bolsonaro vai ficar esta semana no Rio de Janeiro a escolher a sua equipa e só na próxima semana viaja para Brasília para preparar a transição. O chefe de Estado cessante, Michel Temer, ofereceu a Granja do Torto, casa de campo da Presidência, para ele se instalar. Presidente eleito pode nomear 50 assessores pagos pelo Estado para preparar transição.
PT culpa Ciro por derrota
Fontes do PT acusaram ontem Ciro Gomes, candidato presidencial do PDT, de ter contribuído para a vitória de Bolsonaro ao recusar apoiar Haddad na segunda volta, e chamaram "egocêntrico" ao ex-aliado.
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