Fase "muito boa" e de "muita cumplicidade" nas relações bilaterais, avançou Jorge Carlos Fonseca.
O Presidente cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, afirmou que Cabo Verde e Guiné-Bissau estão em "reaproximação", numa fase "muito boa" e de "muita cumplicidade" nas relações bilaterais, a propósito da visita que o homólogo guineense realiza esta semana.
Em declarações à Lusa, o chefe de Estado cabo-verdiano explicou que o programa da visita do Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, que ainda está a ser fechado e deverá arrancar na quinta-feira, representa a importância do momento atual das relações entre os dois países.
"É importante porque vem na sequência de minha visita de Estado à Guiné-Bissau [em janeiro], que não acontecia há muitos anos, uma visita do chefe de Estado de Cabo Verde à Guiné-Bissau, e um chefe de Estado guineense a Cabo Verde. Para além disso, tem havido várias trocas de visitas [de ministros] (...) O que quer dizer que há uma reaproximação entre os dois países, que é muito benéfica", afirmou Jorge Carlos Fonseca.
Segundo o Presidente de Cabo Verde, a visita do homólogo guineense prevê um encontro a sós entre os dois chefes de Estado e do Presidente da Guiné-Bissau com o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, além de reuniões entre as delegações ministeriais dos dois países e visitas a empresas e instituições no arquipélago.
"Somos países vizinhos, somos países amigos, somos países que têm uma história comum, tiveram até um período da sua história até de uma luta comum pela independência e, portanto, houve, digamos, alguns períodos, um período, da nossa história com dificuldades. Nós conseguimos uma reaproximação. Eu diria mais, o relacionamento entre a Guiné-Bissau e Cabo Verde está numa fase muito boa, neste momento. Muita abertura, muito aproximação, muita cumplicidade, isso é bom. É bom para os cabo-verdianos, é bom para os guineenses", acrescentou Jorge Carlos Fonseca.
Esta deslocação, que acontece após a visita de Jorge Carlos Fonseca à Guiné-Bissau em janeiro último, a primeira de um chefe de Estado cabo-verdiano e num momento de forte reforço das relações entre os dois países, acontece antes da cimeira da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), em 16 e 17 de julho, em Luanda.
A visita antecede também a realização de eleições presidenciais em Cabo Verde em 17 de outubro, às quais já não concorre o atual Presidente, que cumpre o segundo e último mandato.
"Essa visita mostra que está numa fase muito boa de relacionamento, que está a fazer ultrapassar, digamos, eventuais antigos ressentimentos e algumas dificuldades. E portanto, é mais um elemento para reforçar esse relacionamento", sublinhou o Presidente cabo-verdiano.
Destacou que, enquanto países de língua portuguesa na mesma região africana, ambos podem assumir "posições comuns" em termos internacionais, além da cooperação económica.
"Na área da agricultura, da agroindústria, no comércio, aquicultura, no desporto, na cooperação empresarial. Por exemplo, já temos bons sinais na área da indústria farmacêutica, a Inpharma, a nossa empresa, está instalada na Guiné-Bissau, e há muitas outras áreas. Na área das pescas, dos transportes, do turismo - podemos ajudar a Guiné-Bissau na formação na nossa Escola de Hotelaria e Turismo -, em domínios como a descentralização, as energias renováveis, da governação eletrónica. Haverá muitas áreas em que podemos trabalhar juntos e contribuir para o desenvolvimento de cada um dos países", disse ainda.
O embaixador da Guiné-Bissau em Cabo Verde pediu em junho o apoio do Presidente cabo-verdiano ao processo de integração dos trabalhadores guineenses no país e revelou que a visita do Presidente Sissoco Embaló ao arquipélago já estava a ser preparada.
Em declarações aos jornalistas após ter sido recebido em audiência, na Praia, pelo Presidente de Cabo Verde, o embaixador M'Bala Fernandes revelou ter transmitido uma mensagem do Presidente guineense, abordando as recentes eleições legislativas em Cabo Verde e a "concertação política" no plano internacional assumida entre os dois países, além da preparação da visita.
A Embaixada da Guiné-Bissau em Cabo Verde estimou este ano que perto de 10.000 guineenses vivem e trabalham em Cabo Verde, mais de metade em situação irregular ou sem documentos, apesar das tentativas para legalização, em 2011 (só para guineenses) e 2015 (geral).
"Temos que ver o que é que falhou antes de avançar para uma próxima legalização, caso o Governo entenda que deve ser feito", admitiu o embaixador, após a reunião deste domingo.
Contudo, reconheceu que o Governo guineense tem de trabalhar para emitir os passaportes destes imigrantes a tempo, contando ainda com a disponibilidade dos guineenses o processo de legalização.
"Espero que possamos ultrapassar várias questões para podermos ter uma integração inclusiva e programada das nossas comunidades aqui. Embora, continuo a dizer, não têm documentação, mas sentem-se socialmente integrados em Cabo Verde, não temos os problemas que as outras comunidades têm, nem de criminalidade nem de outras variáveis que possam estar a levar-nos à exclusão", afirmou.
M'Bala Fernandes, que está em fim de missão em Cabo Verde, acrescentou que aproveitou a reunião com o chefe de Estado para "falar da preocupação" da comunidade guineense e das perspetivas criadas pelo novo ministério da Inclusão Social cabo-verdiano, no Governo que iniciou funções após as eleições legislativas de 18 de abril, pedindo que seja mantida a atenção à "inclusão de todos" os trabalhadores imigrantes no arquipélago.
"Pedimos ao senhor Presidente da República que continue a fazer a sua magistratura de influência junto do Governo, que tem feito um trabalho, neste momento de pandemia, não excluindo os guineenses", disse ainda.
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