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Trump vai reconhecer Jerusalém como capital de Israel

Presidente anuncia também a transferência da embaixada, atualmente em Telavive.

06 de dezembro de 2017 às 04:11

O Presidente dos Estados Unidos vai reconhecer esta quarta-feira Jerusalém como capital de Israel, para onde vai transferir a embaixada, atualmente em Telavive, disseram responsáveis da administração norte-americana, citados pelas agências noticiosas internacionais.

A Casa Branca tinha indicado que Donald Trump vai anunciar hoje, num discurso marcado para as 13h00 (18h00 em Lisboa), a decisão de considerar Jerusalém como a capital de Israel e de transferir a embaixada norte americana, atualmente localizada em Telavive.

"O Presidente Trump vai reconhecer Jerusalém como a capital de Israel", indicou um responsável da administração norte-americana, que pediu o anonimato, e avançar para o "reconhecimento de uma realidade" tanto histórica - Jerusalém figura como capital do Estado judeu desde a Antiguidade - como contemporânea - porque tem sido a sede do Governo israelita desde a fundação moderna daquele Estado em 1948 -, em vez de uma declaração política.

ONU defende negociação

O enviado especial da ONU para o Médio Oriente, Nickolay Mladenov, disse esta quarta-feira que o futuro estatuto de Jerusalém deve ser assunto de negociações referindo-se à vontade dos Estados Unidos em reconhecer a cidade como capital israelita.

"O futuro de Jerusalém é um assunto que deve ser negociado entre israelitas e palestinianos em negociações diretas", disse Mladenov aos jornalistas.

Turquia apela a mudança de decisão

O primeiro-ministro turco, Binali Yldirim, de visita a Seul, instou esta quarta-feira o presidente dos Estados Unidos a reconsiderar a decisão de reconhecer Jerusalém como capital de Israel mudando a embaixada norte-americana para a cidade.

"Na minha opinião, a decisão de mudar a embaixada dos Estados Unidos a Jerusalém pode agravar os conflitos entre Israel e a Palestina e entre as religiões", disse Yildrim durante uma conferência de imprensa em que estava presente o chefe do Executivo da Coreia do Sul, Lee Nak-yon.

"Creio que este é um assunto que deveria ser reconsiderado", acrescentou o primeiro-ministro turco.

Preocupação no Reino Unido

O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Boris Johnson, em Bruxelas, também reagu ao anúnico americano: "Vemos com preocupação a informação que ouvimos", disse Johnson, à chegada a uma reunião da NATO.

"Acreditamos que Jerusalém deveria, é claro, fazer parte de uma solução final (para o conflito) entre israelitas e palestiniano, uma solução negociada", insistiu.

Países não alinhados expressam "grave preocupação"

O Movimento dos Países Não-Alinhados expressou "grave preocupação" pela intenção dos EUA de transferir a sua embaixada em Israel de Telavive para Jerusalém, o que representa um reconhecimento de Washington daquela cidade como capital do Estado hebraico.

O Movimento, cuja presidência rotativa é assumida atualmente pelo Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, advertiu na terça-feira que "tais ações provocativas" não observam as resoluções do Conselho de Segurança" da ONU e "aumentarão ainda mais as tensões" na zona, "com potenciais repercussões de grande alcance".

Num comunicado divulgado pela diplomacia venezuelana, o Movimento, surgido depois de formados os dois grandes blocos da Guerra-Fria, liderados pelos Estados Unidos e pela antiga União Soviética (URSS), recorda as resoluções da ONU em que se fala de Israel como "potência ocupante" e se pede a retirada de todas as representações diplomáticas da Cidade Santa.

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