Na semana passada, o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlut Çavusoglu, já tinha referido a mesma possibilidade.
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, sugeriu esta quarta-feira que a Europa poderá no futuro comprar gás russo através da Turquia, na sequência de um recente acordo alcançado com o seu homólogo russo Vladimir Putin.
De momento, "a Europa está a procurar onde obter gás natural. Felizmente, a Turquia não tem esse problema", disse Erdogan perante o grupo parlamentar do seu Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP, pós-islamista e conservador).
O chefe de Estado turco referia-se desta forma à grave crise energética que atinge a Europa, mas sem recordar que uma das suas principais causas reside nas fortes sanções impostas a Moscovo pela invasão militar da Ucrânia, que incluem um embargo às importações de carvão e ao petróleo transportado por mar.
Erdogan também não mencionou o facto de a empresa estatal russa Gazprom ter interrompido os seus fornecimentos a vários países da União Europeia e reduzido drasticamente os fluxos através de diversos gasodutos, contribuindo para o aumento das tensões no mercado da energia.
Enquanto a maioria dos 27 Estados-membros tenta reduzir ao máximo a sua dependência energética da Rússia, Ancara firmou recentemente com Moscovo um acordo para a construção de um centro de distribuição de gás russo em território turco.
"Agora espero que a Turquia também seja um centro de distribuição de gás natural. Na nossa última reunião, concordámos com Putin sobre esta questão. Nas suas próprias palavras, disse: 'a Europa pode obter o seu gás natural a partir da Turquia'", declarou hoje Erdogan.
Ainda numa alusão ao pacto concluído com o líder do Kremlin há uma semana durante uma reunião bilateral de Astana, capital do Cazaquistão, o líder turco manifestou a esperança de que a Europa possa obter da Turquia o gás natural que necessita, mas sem referir que este cenário supõe a eliminação de parte do efeito das sanções.
Apesar de ainda não estar estabelecido o local onde será construído o futuro centro de distribuição internacional de gás russo, Erdogan admitiu a possibilidade de ser erguido no oeste do país, na região da Trácia oriental, em território europeu.
"Independentemente do local mais apropriado, esperamos estabelecer aí o centro de distribuição. Possuímos um centro de distribuição nacional, mas é claro que este será agora um centro de distribuição internacional", assinalou o Presidente turco.
"O nosso ministério da Energia e recursos naturais e a parte russa vão trabalhar em torno deste assunto, apresentarão conclusões e então decidiremos", acrescentou.
Já na semana passada, o ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlut Çavusoglu, já se tinha referido à possibilidade de os europeus comprarem gás russo por intermédio da Turquia.
"São necessários investimentos (...). Trata-se de uma questão de oferta e procura. Temos de saber quantos países da Europa estão interessados em comprar aqui", disse na ocasião.
Ancara, que não se associou às sanções internacionais impostas à Rússia, pretende continuar a manter uma posição equidistante face a Moscovo e Kiev, para além das ambições de surgir como um mediador credível para a resolução do conflito.
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