Revelação foi feita por um dos membros do grupo.
O líder do Grupo Wagner, Yevgueni Prigozhin, ordenou férias aos seus mercenários até ao início de agosto, após a fracassada rebelião em junho passado, disse um dos comandantes da companhia militar privada a um jornalista russo.
"Fomos todos de férias até ao início de agosto, há muitas tarefas pela frente que precisam ser resolvidas, então Yvgeny Viktorovich [Prigozhin] decidiu deixar todos descansarem", disse Anton Yelizarov ao jornalista Timofey Ermakov, de acordo com contas do Telegram ligadas a blogues militares este sábado atualizadas.
"Pessoalmente, não vou ao mar com a minha família há cinco anos, outras pessoas agora também estão imersas nos assuntos familiares. Para dar a todos a oportunidade de descansar do grande trabalho que temos que fazer, foi tomada esta decisão pelo conselho de comandantes [do Grupo Wagner]", observou o militar, conhecido como "Lotus".
A conversa aconteceu numa pastelaria no sul da Rússia, onde o jornalista conheceu Yelizarov por acaso. O comandante explicou que, após as férias, começará o trabalho de transferência dos mercenários para a Bielorrússia, no âmbito do acordo firmado com o Kremlin, sob mediação do Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, para impedir a rebelião armada em troca da anulação de processos criminais.
"Primeiro precisamos incutir sangue novo. A segunda coisa e mais difícil é o acesso à Bielorrússia. Temos que preparar bases, campos de treino, coordenar com os governos e administrações locais, organizar a interação com a aplicação da lei bielorrussa e estabelecer a logística", prosseguiu.
"Há muito trabalho e as tarefas não são fáceis, mas quanto mais difícil a tarefa, mais interessante ela é. Acho que podemos fazê-las", disse Yelizarov.
Esta semana, Lukashenko disse que Prigozhin, que deveria exilar-se na Bielorrússia, estava em São Petersburgo e os seus mercenários nas suas bases na Rússia.
Segundo o líder bielorrusso, o problema da transferência dos mercenários ainda não foi resolvido e a empresa militar tem uma visão "diferente" da sua futura missão, que consistiria em treinar e assessorar o Exército.
De qualquer forma, disse, a relação com o Grupo Wagner e a Bielorrússia será definida por lei ou por decreto presidencial.
O comandante de Wagner também disse que está a acompanhar a situação na Ucrânia e está "preocupado com o que está a acontecer".
"Mas, quando eles não te ouvem, eles ignoram todas as propostas e formas de resolver os problemas, mesmo quando falamos sobre isso com o mundo inteiro, então provavelmente é melhor afastarmo-nos e observar o que acontece de fora", disse "Lótus".
"Embora seja muito ofensivo e doloroso quando há propostas e oportunidades para resolver o problema e elas são atiradas fora, como os nossos sábios ancestrais costumavam dizer, esperemos para ver. E ficaremos de lado e assistiremos em silêncio", prosseguiu.
No entanto, observou que, se os mercenários forem chamados para ajudar a pátria pelo povo russo, eles estão prontos para fazê-lo.
O Grupo Wagner, liderado por Prigozhin, iniciou na noite de 23 para 24 de junho uma rebelião com a captura sem resistência da cidade russa de Rostov, sede do comando sul do Exército, com a intenção de se dirigir a Moscovo para afastar as lideranças militares em resposta a um alegado bombardeamento contra os soldados mercenários na Ucrânia.
Em pleno conflito com o Kremlin e a 200 quilómetros da província de Moscovo, uma coluna militar do Grupo Wagner deu meia-volta, na tarde de 24 de junho, após mediação do Presidente bielorrusso, num acordo para travar a revolta, amnistiar os mercenários e enviar Prigozhin e alguns dos seus homens para o exílio na Bielorrússia, e oferecendo a outros a possibilidade de serem integrados nas forças regulares da Rússia.
O grupo Wagner esteve na linha da frente desde o início da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, tendo assumido protagonismo na conquista de Bakhmut, na província de Donetsk (leste), na mais longa e sangrenta batalha desta guerra, à custa de elevadas baixas, entre acusações abertas de Prigozhin de falta de apoio militar por parte de Moscovo.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.