Candidato de extrema-direita, Matteo Salvini, reclamou liderança de futuro governo.
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O líder do Partido Democrático (PD) de Itália anunciou, esta segunda-feira, que se vai demitir do cargo após os resultados das eleições naquele país. O antigo-primeiro Ministro vai deixar a liderança depois de o PD não ter ido além dos 20 por cento nas eleições legislativas que decorreram este domingo.
É o pior resultado desta força de centro- esquerda, desde a sua criação, em 2007, ficando atrás dos partidos anti-sistema 5 Estrelas e os nacionalistas de direita da Liga.
"É óbvio que vou deixar a liderança do PD", disse Renzi, adiantando que o partido não está disponível para entrar em coligações. "O povo italiano pediu-nos para estar na oposição e é para lá que nós vamos. Nunca formaremos um governo com as forças anti-sistema".
Movimento 5 Estrelas foi o mais votado
O que começou por ser um projeto extravagante do comediante Beppe Grillo é hoje o partido mais votado de Itália. O Movimento 5 Estrelas, liderado por Luigi Di Maio, foi o partido com mais votos nas eleições de domingo, chegando aos 30%.
Matteo Salvini quer governar
O candidato da Liga (extrema-direita) nas eleições de Itália, Matteo Salvini, afirmou esta segunda-feira que a coligação de direita que partilha com outros partidos tem "o direito e o dever de governar" e reivindicou a direção do executivo.
Salvini disse que os resultados indicam que a coligação de direita vai liderar o próximo Governo e que o seu partido deve presidir o executivo, após ultrapassar o seu parceiro de coligação Forza Italia, de Silvio Berlusconi, nas eleições de domingo.
"A equipa que deve governar é a de centro-direita. Mantenho a minha palavra e o meu compromisso, que é com a coligação de centro-direita, que ganhou e pode governar", disse em conferência de imprensa.
Subida histórica das forças antissistema
Uma subida histórica das forças antissistema, eurocéticas e de extrema-direita, maioritárias em votos e assentos nas legislativas de domingo em Itália, está a abalar o país, mergulhando-o na incerteza política.
"Pela primeira vez na Europa, as forças antissistema venceram", resume o editorial do diário La Stampa.
A coligação formada pela Força Itália, de Silvio Berlusconi, a Liga do Norte e o pequeno partido Irmãos de Itália obteve cerca de 37% dos votos, segundo resultados parciais, quando estão contados dois terços dos boletins de voto.
Ministra francesa diz que Itália demonstra "euro-deceção"
A ministra francesa dos Assuntos Europeus, Nathalie Loiseau, disse hoje que a Itália vive uma fase em que demonstra deceção em relação à União Europeia, referindo-se aos resultados provisórios das eleições legislativas de domingo.
"O que é impressionante é que o país fundador da União Europeia está numa fase de 'euro deceção'", disse Loiseau numa entrevista à rádio France info.
"Trata-se de um país que enfrentou um fluxo migratório sem precedentes e que se sentiu abandonado pela União Europeia", disse a ministra francesa sublinhando que se recusa a encarar as eleições com sentimentos "catastrofistas".
Bolsas europeias mistas, pendentes de desfecho político em Itália
As principais bolsas europeias negociavam hoje mistas, com Milão em baixa e os investidores atentos aos desenvolvimentos políticos em Itália depois das eleições de domingo.
Cerca das 08h50 em Lisboa, o EuroStoxx 600 estava em alta, a subir 0,21% para 367,82 pontos.
As bolsas de Londres, Paris e Madrid estavam a subir 0,33%, 0,35% e 0,11%, respetivamente, enquanto em sentido contrário Frankfurt e Milão desciam 0,05% e 1,14%.
Macron cauteloso face a vitória populista que atribui a "forte pressão migratória"
O Presidente francês, Emmanuel Macron, manifestou-se hoje cauteloso face aos resultados das eleições legislativas italianas de domingo, explicando que a "forte pressão migratória" sentida em Itália poderá ter influenciado a vitória das forças populistas.
"Mantenho-me neste momento cauteloso enquanto aguardo a decisão do Presidente da República italiana", Sergio Mattarella, sobre a formação do futuro governo, declarou Macron, após um encontro no Eliseu (sede da Presidência francesa) com o primeiro-ministro do Quebec, Philippe Couillard.
Numa breve declaração, o governante francês tentou contextualizar os resultados eleitorais, ainda não apurados na totalidade, das eleições de domingo em Itália.
Portugal espera que novo governo italiano respeite compromissos europeus
O chefe da diplomacia portuguesa, Augusto Santos Silva, manifestou hoje o desejo de que o próximo governo italiano "respeite os valores e os compromissos europeus", reconhecendo, porém, que "a leitura" dos resultados das eleições legislativas "não é simples".
"Os assuntos internos de Itália não dizem respeito ao ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) de Portugal, naturalmente, mas os assuntos europeus dizem, portanto o que desejo é que o próximo governo a formar em Itália seja um governo que respeite os valores e os compromissos europeus, porque a UE - e dentro dela, a Zona Euro - precisam muito da Itália. A Itália saberá estar à altura dessa nossa necessidade", disse o Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal.
Santos Silva, que falava à margem de uma conferência na Fundação Gulbenkian sobre o "Futuro da Democracia na Europa, comentava assim os resultados das eleições legislativas de domingo em Itália, nas quais o Movimento 5 Estrelas (M5S, populista), foi o partido mais votado, com mais de 32% dos votos. No entanto, uma coligação de centro-direita que integra uma formação eurocética e anti-imigração pode vir a formar governo.
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