Ex-presidente catalã pediu também que haja um "compromisso direto do Governo espanhol e da Europa de respeitar os resultados".
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O presidente do governo regional catalão destituído Carles Puigdemont criticou esta terça-feira a UE por apoiar o "golpe de Estado" tentado, segundo ele, pelo primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, contra a sua região, sob a tutela de Madrid desde fins de outubro.
"Vão aceitar o resultado da votação dos catalães (nas eleições de 21 de dezembro) ou vão continuar a ajudar o senhor Rajoy neste golpe de Estado?", perguntou, dirigindo-se aos presidentes da Comissão (CE) e do Parlamento Europeus (PE), após uma reunião com presidentes de câmara catalães em Bruxelas, na sua primeira intervenção pública desde a decisão da justiça belga, no domingo, de o colocar em liberdade condicional.
O ex-presidente da Generalitat catalã tomou a palavra no final da reunião, a que compareceu inesperadamente acompanhado dos quatro ex-conselheiros destituídos com quem viajou há uma semana para Bruxelas, e classificou a aplicação do artigo 155.º como um "golpe de Estado", defendendo que "a democracia está em perigo" em Espanha.
Interpelando Jean-Claude Juncker (CE) e Antonio Tajani (PE), Puigdemont disse: "Senhor Juncker, senhor Tajani, é a Europa que nos convidam a construir? Uma Europa com um Governo na prisão? Aceitarão ou não os resultados dos catalães, se decidirem apoiar o Parlamento?".
Pediu também que haja um "compromisso direto do Governo espanhol e da Europa de respeitar os resultados".
"Convido todas as autoridades a assegurarem a normalidade democrática nas próximas eleições, sem presos políticos, polícia ou repressão", disse Puigdemont após o encontro com cerca de 200 autarcas independentistas que foram à capital belga para apoiar o extinto Governo catalão.
Por sua vez, os ex-conselheiros Clara Ponsatí, Antoni Comín, Mertixell Serret e Lluis Puig exigiram a liberdade para os seus companheiros presos em Espanha.
"Hoje, demonstraram uma vez só que somos todos um só povo, um povo que defende os seus direitos, os direitos das pessoas que querem levar por diante um projeto político que persegue mais bem-estar, mais progresso, um futuro de liberdade e democracia", disse aos autarcas a ex-conselheira da Agricultura Meritxell Serret.
O ex-conselheiro da Saúde Antoni Comín dirigiu-se aos líderes europeus para lhes pedir que não ignorem o conflito catalão, dizendo: "Pode ser que o caminho seja mais longo do que pensávamos".
No mesmo sentido, a ex-conselheira da Educação Clara Ponsatí instou os dirigentes comunitários, o chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, e a chanceler alemã, Angela Merkel, a não olharem para o outro lado.
Sustentou também que umas eleições livres "exigem a liberdade de todos os presos políticos" e pediu a libertação dos oito membros do extinto Governo catalão na prisão.
O ex-conselheiro da Cultura Lluis Puig agradeceu as manifestações de apoio "de todo o mundo da cultura" e de várias regiões espanholas e pediu "mais cultura, melhor democracia e mais liberdade".
Os cinco políticos catalães estão em liberdade em Bruxelas, por decisão de um juiz belga, depois de a Justiça espanhola ter emitido mandados de detenção (Ordem Europeia de Detenção e Entrega -- OEDE) após ser acusados dos presumíveis crimes de sedição, rebelião e desvio de fundos públicos, entre outros.
Entre as medidas de coação impostas pelo juiz belga não há nenhuma relacionada com atividades políticas, apenas lhes é proibido sair da Bélgica, viver noutro domicílio que não o comunicado ao juiz e estar ausente de qualquer convocatória da Justiça.
Os cinco vão depor perante o juiz de primeira instância para decidir a sua entrega a Espanha a 17 de novembro.
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