Veja como os países europeus estão a lutar contra a pandemia.
As medidas para conter o aumento de infeções e mortes causadas pela covid-19 estão a ser reforçadas em quase toda a Europa, onde a regra atual voltou a ser o confinamento geral.
A Lusa fez um apanhado de alguns dos países e das medidas que vigoram neste momento em cada um, quando restrições adicionais vão ser discutidas hoje numa nova cimeira dos chefes de Estado e de Governo da União Europeia, realizada por videoconferência, para coordenar a luta contra a pandemia, perante a ameaça de novas variantes.
O objetivo será tentar harmonizar a resposta para preservar o funcionamento do mercado interno, o transporte de mercadorias e a vida quotidiana dos trabalhadores transfronteiriços, já que o funcionamento de cada país é, neste momento, muito diferente.
Os 27 também deverão debater hoje as questões da limitação das viagens transfronteiriças, da aceleração da vacinação e a possibilidade de estabelecer um certificado comum de vacinação.
+++ Alemanha +++
O confinamento foi prolongado de final de janeiro para 14 de fevereiro, mantendo escolas e jardins de infância de portas fechadas, tal como grande parte do comércio, bares, restaurantes, hotéis, ginásios, teatros e cinemas.
O governo decidiu também tornar obrigatório o uso de máscaras cirúrgicas nos transportes públicos e estabelecimentos comerciais e recomenda o teletrabalho sempre que possível até, pelo menos, dia 15 de março.
As restrições de contacto mantêm-se, sendo permitidos encontros apenas para moradores da mesma casa e, no máximo, com uma pessoa de fora. O recolher obrigatório foi, para já, posto de parte.
Além disso, o Governo defende testes obrigatórios para viajantes transfronteiriços.
+++ França +++
Recolher obrigatório vai estar em vigor até, pelo menos, fim de janeiro, e foi antecipado das 20:00 para as 18:00 até às 06:00. Há algumas exceções a este recolher obrigatório como deslocações para o trabalho, recolha de crianças nas escolas ou atos administrativos, mas o desrespeito da medida sem justificação implica uma multa de 135 euros e em caso de reincidência de até 3.750 euros.
As lojas e comércio mantêm as regras de desinfeção obrigatória de mãos e distanciamento social e os restaurantes estão abertos apenas para entregas ou encomendas.
As escolas dos primeiros ciclos continuam abertas, mas as universidades estão encerradas desde 30 de outubro, devendo voltar a ter aulas presenciais a partir do final do mês.
Museus, cinemas e teatros estão fechados, assim como bares e discotecas.
O Governo anunciou recentemente que os elevadores das estações de ski não vão abrir nas férias escolares de fevereiro, afastando assim os franceses da prática de desportos de inverno.
+++ Países Baixos +++
O Governo vai impor um recolher obrigatório em todo o país entre as 20:30 e as 04:40 pelo menos até 10 de fevereiro.
Como o executivo está demissionário, o primeiro-ministro vai pedir hoje ao parlamento para que apoie e aprove esta medida, afirmando que o país se encontra "num momento crucial para a segurança de todos, para a saúde pública nacional".
O governoholandês pretende ainda proibir, a partir de sábado e durante um mês, todos os voos procedentes do Reino Unido, África do Sul e da região da América do Sul.
+++ Bélgica +++
Encontra-se em confinamento parcial desde outubro, com um recolher obrigatório entre as 00:00 e as 05:00.
Os restaurantes e cafés estão encerrados até dia 01 de março.
Nas regiões da Valónia e de Bruxelas, as medidas são, no entanto, mais estritas, estando as pessoas proibidas de sair à rua entre as 22:00 e as 06:00, o que, no caso de Bruxelas, se manterá, pelo menos, até 01 de março e, no caso da Valónia, até 15 de fevereiro.
O comércio não-essencial reabriu no início de dezembro e mantém-se aberto, com ordem de encerramento às 20:00, mantendo-se também obrigatório o teletrabalho.
Em espaços fechados, o contacto fora da 'bolha familiar' só é permitido com uma pessoa, número que se alarga a quatro pessoas em espaços exteriores.
O governo federal belga desaconselha as idas ao estrangeiro e exige aos viajantes que regressem de 'zonas vermelhas' -- e que tencionem permanecer no país por mais de 48 horas -- a apresentação de um teste negativo à covid-19 no primeiro e no sétimo dia após o regresso, devendo também ficar em quarentena durante esse período.
+++ Reino Unido +++
O Governo decretou confinamento nacional em Inglaterra em 04 de janeiro, que entrou oficialmente em vigor dois dias depois, abrindo exceções apenas para compras de bens essenciais, trabalhar quando não o possam fazer remotamente, obter assistência médica ou fazer exercício.
As escolas, que deviam reabrir depois das férias do Natal de forma faseada, passaram a fazer o ensino à distância, continuando abertas apenas para os filhos de trabalhadores de serviços críticos ou crianças vulneráveis.
A maioria do comércio e atividades de lazer estão fechadas, sendo possível a recolha em lojas de compras feitas pela Internet e a venda para fora de refeições em bares e restaurantes.
As regiões da Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte também estão em confinamento, mas com variação nas regras e duração, determinadas pelos respetivos governos autónomos.
+++ Itália +++
Mantém a grande maioria das suas regiões com restrições como o encerramento do comércio e restaurantes, exceto para entregas ao domicílio até às 22:00.
No nível mais alto de restrições estão as regiões da Lombardia, Bolzano e a ilha da Sicília, onde o confinamento é total.
+++ Espanha+++
O Governo está a ponderar antecipar o recolher obrigatório das 20:00 para as 18:00, como é pedido por várias comunidades autónomas do país.
A saúde é um setor que está descentralizado em Espanha e o aumento da taxa de contágio levou praticamente todas as comunidades autónomas a anunciar nas últimas horas novas medidas de luta contra a pandemia. As comunidades estão agora a apertar as restrições que tinham relaxado semanas atrás para "salvar o Natal".
A região de Madrid, por exemplo, anunciou a antecipação do recolher obrigatório das 24:00 para as 23:00, pedindo que só entrem em casa as pessoas do agregado familiar.
O setor da restauração e similares passa a fechar às 22:00 durante, pelo menos, 14 dias.
No entanto, alguns dirigentes nacionais e regionais temem que estas medidas não sejam suficientes e apelam ao Governo central para estudar a possibilidade de voltar a impor o confinamento domiciliário.
+++ Grécia +++
Em contraciclo com quase toda a Europa, a Grécia reabriu, após mais de dois meses de confinamento, quase toda a atividade comercial, mediante certas restrições, a partir de segunda-feira.
Depois da confirmação de uma redução dos casos diários de infeções o primeiro-ministro afirmou no parlamento que o desagravamento das medidas é agora possível por causa do comportamento responsável da generalidade da população durante o Natal.
De forma a facilitar o acesso dos consumidores ao comércio e às promoções de inverno, o executivo vai permitir aos retalhistas abrirem as lojas e atenderem presencialmente as pessoas, mediante certas regras.
Por exemplo, o número de pessoas dentro das lojas será limitado (uma pessoa por cada 25 metros quadrados) e a regra da distância de segurança deve estar assegurada.
A pessoa que quiser sair para fazer compras terá de enviar, por sua vez, uma mensagem de texto -- através de um serviço disponibilizado pelas autoridades e que atualmente já é aplicado para obter uma autorização de viagem -- e regressar a casa no prazo de duas horas após o envio da mensagem (sms).
Nas zonas onde as medidas de confinamento se mantêm mais restritivas, nomeadamente com um recolher obrigatório mais apertado, os clientes só poderão recolher as respetivas encomendas à porta dos estabelecimentos comerciais.
Os cabeleireiros, salões de beleza e centros dietéticos podem funcionar só com marcações prévias e são obrigados a ter um registo dos clientes agendados, mas os ginásios permanecem fechados.
+++ República Checa +++
O Governo prolongou o encerramento de restaurantes e do comércio de bens não-essenciais, assim como das restrições à circulação, até 22 de janeiro, mais 12 dias do que o inicialmente previsto e admitiu não estar a pensar relaxar as medidas de contenção.
As restrições têm sido muito mal recebidas no país, onde têm sido realizadas várias manifestações de protesto, apesar de o número de infeções continuar a aumentar.
Os manifestantes, muitos deles sem máscara e sem cumprirem as regras de distanciamento físico, exigem a reabertura de bares, restaurantes e lojas, e pedem mesmo a demissão do Governo.
+++ Suécia +++
O agravamento da situação epidemiológica levou o parlamento a dar poderes ao Governo para fechar estabelecimentos e multar quem não cumprir as restrições.
O Governo decidiu restringir ajuntamentos em ginásios ou centros comerciais, apesar de excluir, para já, a imposição de um confinamento ou o encerramento de estabelecimentos.
+++ Noruega +++
Também em contraciclo, começou a flexibilizar algumas das restrições em vigor nos últimos meses, tendo a primeira-ministra anunciado que a recomendação para que a população evite receber visitas em casa está suspensa.
O Governo vai rever o fecho das escolas, que dura há mais de um mês, devendo reabrir alguns estabelecimentos.
+++ Polónia ++
O Governo prolongou a maioria das restrições até ao final de janeiro, exigindo que as pistas de esqui e hotéis permaneçam fechados ao público em geral e que os restaurantes apenas disponibilizem serviço de entrega.
No entanto, pistas de esqui, restaurantes e hotéis no sul montanhoso do país anunciaram que vão desafiar as restrições sanitárias e abriram portas no dia 18.
+++ Dinamarca +++
O país está em semi-confinamento desde meados de dezembro e proibiu, a partir de 6 de janeiro, reuniões de mais de cinco pessoas (eram permitidas 10), quer em casa quer na rua, passando a distância a respeitar entre as pessoas de um para dois metros
A Dinamarca pediu ainda à população para evitar os contactos sociais a fim de preservar o sistema de saúde face à multiplicação de infeções da variante britânica.
O país não determinou ainda um recolher obrigatório, considerando-o "o último recurso", mas o Governo já avisou a população para se preparar para a situação.
As creches e jardins-de-infância continuam a funcionar, estando as escolas encerradas.
+++ Letónia +++
Encontra-se em estado de emergência desde 10 de novembro, vigorando fortes restrições à livre circulação de pessoas, com todos os viajantes que pretendam deslocar-se ao país a terem de cumprir um isolamento profilático de 14 dias
Todas as pessoas que entrem na Letónia devem completar uma confirmação eletrónica no site Covidpass.lv. Estas confirmações eletrónicas devem ser completadas 48 horas antes de atravessar a fronteira da Letónia.
+++ Portugal +++
Entrou em confinamento geral no dia 15 por, pelo menos, um mês, mas com manutenção em funcionamento de todas as escolas e com algumas exceções ao recolher obrigatório, como para votação nas eleições presidenciais.
O recolher obrigatório abriga ainda exceções para comprar bens e serviços essenciais, desempenho de atividades profissionais, frequência de estabelecimentos escolares, prática de atividade física e desportiva ao ar livre.
O decreto determina ainda a obrigatoriedade do teletrabalho, sempre que as funções em causa o permitam, prevendo que o seu incumprimento seja considerado uma contraordenação muito grave.
Na que se refere ao comércio e serviços, podem ficar abertos estabelecimentos como mercearias e supermercados, com lotação limitada a cinco pessoas por 100 metros quadrados, enquanto os restaurantes e cafés funcionam exclusivamente para entregas e 'take-away'.
As medidas deverão ser reforçadas hoje, estando a decorrer um Conselho de Ministros, prevendo-se o fecho dos estabelecimentos de ensino a partir de sexta-feira.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.