Caçava crocodilos com as mãos nuas, fazia festas em cobras e brincava com aranhas venenosas, mas foi morto por uma pacífica raia. Steve Irwin, o temerário ‘caçador de crocodilos’ australiano, perdeu a vida num incidente raríssimo durante um mergulho ao largo de Queensland na Austrália.
Um fim trágico para um ícone mundial da protecção da vida selvagem, idolatrado por milhões de pessoas em todo o Mundo.
Irwin, de 44 anos, estava a filmar um documentário na Grande Barreira de Coral quando foi atingido pela cauda de uma raia. O espigão atravessou-lhe o coração e, apesar de ter sido imediatamente trazido para a superfície, não resistiu ao grave ferimento. Os médicos limitaram-se a confirmar o óbito.
Segundo os especialistas, trata-se de um ataque extremamente raro. A raia é um animal pacífico e há apenas registo de três ataques mortais na costa australiana no último meio século.
A coragem e temeridade de Irwin tornaram-no conhecido em todo o Mundo. Os seus documentários, exibidos em mais de 130 países, eram adorados por milhões de pessoas e ele era considerado um ‘showman’ único. A sua naturalidade e humor, aliados à aparente despreocupação com que enfrentava os animais mais perigosos e aos seus profundos conhecimentos sobre a vida selvagem conquistaram milhões de fãs e fizeram dele um autêntico ícone australiano. O primeiro-ministro John Howard, que em 2003 convidou Irwin para uma recepção com o presidente norte-americano George W. Bush, mostrou-se chocado com a sua morte. “A Austrália perdeu um filho querido e colorido. Ele trouxe alegria imensa a milhões de pessoas, principalmente às crianças”, afirmou.
Irwin lidava com animais selvagens desde pequeno. Quando tinha oito anos, os pais mudaram-se para Queensaland, onde abriram uma pequena reserva natural. Aos nove, apanhou o seu primeiro crocodilo à mão, mas já antes disso caçava ratos para alimentar a sua pitão de estimação. Pôs o seu talento ao serviço da comunidade, caçando crocodilos que ameaçavam zonas habitadas e trazendo-os para a reserva dos pais, a qual se tornou um dos principais santuários mundiais daqueles répteis e viria, mais tarde, a transformar-se no ‘Australia Zoo’, uma das principais atracções turísticas da Austrália.
Irwin gabava-se de nunca ter sido mordido por uma cobra ou de ter sofrido qualquer lesão grave nos seus ‘duelos’ com os possantes crocodilos. Os piores ferimentos foram infligidos por papagaios. “Não sei qual é o problema deles, mas passam a vida a morder-me. Uma vez uma catatua quase me arrancou a ponta do nariz. Não sei o que têm contra mim”, costumava afirmar.
Steve Irwin nasceu na cidade de Melbourne, mas foi a mudança com os pais para Queensland, aos oito anos, que despertou o seu interesse pela vida selvagem. Aprendeu com o pai a apanhar crocodilos de mãos nuas e durante anos ganhou a vida a caçar aqueles répteis, transformando a pequena reserva natural dos pais num santuário para aqueles répteis. Foi lá que conheceu a esposa, a norte-americana Terri, de quem teve dois filhos. Passaram a lua-de-mel a caçar crocodilos e o documentário daí resultante projectou Irwin a nível mundial. Era um herói para os australianos.
As raias não são consideradas animais perigosos e só atacam para se defender. Têm na extremidade da cauda uma espécie de ‘espigão’ venenoso. Apesar de extremamente dolorosa, a picada não costuma ser letal.
'O NOÉ DO NOSSO TEMPO'
Steve Irwin era considerado um dos principais divulgadores da vida selvagem e os seus programas eram vistos em todo o Mundo. Participou em mais de 50 documentários, escreveu livros, jogos interactivos e até tinha um boneco com a sua cara. Era tão popular em que 2002 chegou a fazer uma ‘perninha’ no filme ‘Dr. Doolitlle 2’, com Eddie Murphy. Elogiado por muitos como um “Noé do nosso tempo”, pelas suas actividades em prol da conservação das espécies, era no entanto criticado por alguns como “exibicionista irresponsável”.
ARRISCOU VIDA DO FILHO BEBÉ
Em 2004 Irwin foi duramente criticado por alimentar um crocodilo com uma mão enquanto na outro segurava o seu filho Robert, de apenas um mês. O ‘caçador de crocodilos’ defendeu-se afirmando que sabia perfeitamente o que estava a fazer e que a criança nunca correu perigo, mas foi acusado de ser um “louco irresponsável”. No mesmo ano foi ainda acusado de perturbar baleias, focas e pinguins durante as filmagens de um documentário na Antárctida.
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