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Refém libertado de Gaza diz ter sido sexualmente agredido

Guy Gilboa-Dalal foi sequestrado no festival 'techno' Nova, a 7 de outubro de 2023, durante o ataque do Hamas a território israelita.

20 de novembro de 2025 às 21:26

O refém israelita Guy Gilboa-Dalal, libertado a 13 de outubro após mais de dois anos em cativeiro, relatou numa entrevista televisiva ter sido sexualmente agredido por um dos seus captores na Faixa de Gaza.

Trata-se do primeiro homem a fornecer um testemunho tão cru sobre sevícias sexuais sofridas durante o cativeiro em Gaza.

"Ele (o captor) deixava-me tomar um duche e, quando eu acabava, puxava-me para fora e não me deixava vestir", relatou o jovem de 24 anos, num excerto da entrevista exclusiva concedida ao Canal 12, que será exibida na sexta-feira à noite.

"Levava-me de volta para o quarto deles, atirava-me para uma das poltronas e começava a tocar-me em todo o corpo", descreveu o ex-refém no vídeo, disponível no 'site' do canal televisivo na Internet.

"Eu disse-lhe 'Mas isto é proibido no Islão', então ele apontou-me uma espingarda à cabeça e encostou-me uma faca à garganta e ameaçou matar-me se eu falasse sobre o assunto", acrescentou.

Quando a jornalista lhe perguntou se tinha sido um incidente isolado, o jovem respondeu que não, mas não podia falar sobre o assunto.

Guy Gilboa-Dalal foi sequestrado com o melhor amigo, Evyatar David, no festival 'techno' Nova, a 07 de outubro de 2023, durante o ataque do movimento islamita palestiniano Hamas a território israelita que desencadeou a guerra de Israel na Faixa de Gaza.

Foi visto com Evyatar David em fevereiro deste ano num vídeo do Hamas, a assistir a uma das cerimónias de libertação de reféns em Gaza, antes de ser trancado numa viatura, a implorar para ser libertado.

Acabou por sê-lo juntamente com os restantes 19 reféns sobreviventes do 07 de outubro de 2023, após o anúncio, a 08 de outubro deste ano, de um acordo de cessar-fogo entre o Hamas e Israel que entraria em vigor dois dias depois.

Ao depor, em meados de novembro, em Genebra, perante a Comissão da ONU contra a Tortura, a ex-refém Aviva Siegel relatou ter testemunhado violência sexual contra reféns durante o seu cativeiro.

Por sua vez, Amit Sussana tornou-se a primeira refém a revelar publicamente, em março de 2024, numa entrevista ao diário norte-americano The New York Times, que tinha sido sexualmente agredida por um dos seus captores.

Num relatório divulgado no início de 2024 após uma missão a Israel, quando havia ainda cerca de uma centena de reféns vivos em cativeiro em Gaza, a Representante Especial do Secretário-Geral da ONU para a Violência Sexual em Conflitos afirmou ter recebido, "com base em testemunhos diretos de reféns libertados (...), informações claras e convincentes indicando que foi infligida violência sexual, incluindo violações e tortura sexualizada, a algumas mulheres e crianças durante o seu cativeiro" em Gaza.

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