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Repórteres Sem Fronteiras denunciam censura do atual regime militar da Guiné-Bissau

Organização Não-Governamental denuncia, assim, "a censura que abre a porta a rumores de todos os tipos e à desinformação".

27 de novembro de 2025 às 17:14

Os Repórteres Sem Fronteiras (RSF) denunciaram, esta quinta-feira, a censura do atual regime militar da Guiné-Bissau, que tomou o poder quarta-feira, por ter suspendido todos os meios de comunicação social, violando assim o direito à informação.

"A suspensão dos meios de comunicação social guineenses é uma grave violação do direito à informação. A população deve poder ser informada sobre o que se passa no país, em particular neste contexto de crise política", declarou o diretor dos RSF para a África Subsariana, Sadibou Marong, citado em comunicado.

A Organização Não-Governamental (ONG) denuncia, assim, "a censura que abre a porta a rumores de todos os tipos e à desinformação".

Para os RSF, a proteção e o respeito pelo direito à informação da população devem prevalecer e os meios de comunicação social devem poder fazer o seu trabalho livremente e sem riscos de represálias.

Na quarta-feira, na véspera do dia anunciado para a divulgação dos resultados das eleições presidenciais e legislativas que ocorreram em 23 de novembro, o chefe do gabinete militar da presidência, Denis N'Canha, comunicou, através de um anúncio difundido na Televisão da Guiné-Bissau, a suspensão, até nova ordem, de "todos os órgãos de comunicação social", contextualizaram os RSF.

A ONG recordou ainda que três órgãos de comunicação social públicos internacionais portugueses -- a rádio RDP África, o canal de televisão RTP e a Agência Lusa -- já não emitiam no país desde 15 de agosto, tendo sido suspensos pelas autoridades então em funções.

O general Horta Inta-A foi, esta quinta-feira, empossado Presidente de transição da Guiné-Bissau, numa cerimónia que decorreu no Estado-Maior General das Forças Armadas guineense.

Os militares anunciaram quarta-feira a destituição do Presidente Umaro Sissoco Embaló, suspenderam o processo eleitoral, os órgãos de comunicação social e impuseram um recolher obrigatório.

As eleições, que decorreram sem registo de incidentes, realizaram-se sem a presença do principal partido da oposição, Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), e do seu candidato, Domingos Simões Pereira, excluídos da disputa e que declararam apoio ao candidato opositor Fernando Dias da Costa.

Simões Pereira foi detido e a tomada de poder pelos militares está a ser denunciada pela oposição como uma manobra para impedir a divulgação dos resultados eleitorais.

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