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Roubo de ouro em Londres ocultado no Panamá

Empresa Mossack Fonseca acusada de esconder dinheiro de golpe.

04 de abril de 2016 às 13:32

Uma empresa fictícia do Panamá pode ter escondido milhões de dólares do roubo do armazém Brink's-Mat, em 1983, que a impresa britânica apelidou de "crime do século", de acordo com documentos divulgados no domingo.

Na altura, um grupo de criminosos encapuzados roubou três toneladas de lingotes de ouro, no valor de cerca de 40 milhões de dólares, de um armazém Brink's-Mat no aeroporto de Heathrow, em novembro de 1983.

A maior parte do saque foi derretido e nunca recuperado, apesar de ter havido algumas condenações relacionadas com o crime.

Detetives da polícia britânica acreditam que o dinheiro continua a circular em redes criminosas, através de investimentos imobiliários e fundos de investimento no exterior.

Ligação ao Panamá

A firma de advogados Mossack Fonseca, no centro de uma fuga 'online' em massa dos "Papéis do Panamá", pode ter ajudado a esconder o dinheiro dos investigadores policiais britânicos, avança o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ, sigla em inglês).

Seis meses depois do roubo, a Mossack Fonseca criou uma empresa ficíticia, registada no Panamá sob o nome Feberion Inc., para Gordon Parry, estabelecido em Londres e conhecido por operações de lavagem de dinheiro, indicou ICIJ.

Parry foi detido em 1992 pelo papel no processamento dos lingotes roubados.

Um dos fundadores da firma do Panamá, Juergen Mossack, foi nomeado diretor não-executivo da Feberion, afirmou o ICIJ, citando uma informação interna da empresa. Escrita pela Mossack em 1986, a informação indica que Juergen sabia que a Feberion estava "aparemente envolvida na gestão de dinheiro proveniente do famoso roubo do Brink's-Mat em Londres", de acordo com o ICIJ.

"A companhia em si não foi usada ilegalmente, mas a empresa pode ter investido através de contas bancárias e imobiliário ilegalmente financiado", acrescenta o documento.  A firma de advogados negou a acusação. No entanto, os documentos agora divulgados mostram que a Mossack Fonseca só terminou a sua relação com a Feberion em 1995.

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