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Rússia saúda "aspetos positivos" do novo plano de paz de Trump

Presidente dos EA deixa entender que cedências territoriais da Ucrânia são inevitáveis.

27 de novembro de 2025 às 01:30

A Rússia disse esta quarta-feira que alguns dos pontos do novo plano de paz de Trump para a Ucrânia são“positivos”, depois de o presidente dos EUA dar a entender que eventuais concessões territoriais ucranianas são inevitáveis.

“Alguns aspetos do novo plano de paz são positivos, mas outros precisam de discussões adicionais”, disse o negociador russo Yuri Ushakov, acrescentando que o documento terá de ser “analisado ao pormenor”. Segundo Ushakov, o Kremlin ainda não recebeu uma versão oficial da mais recente proposta americana, mas conseguiu obter o documento através de canais “não oficiais”.

O conteúdo da nova versão ainda não foi tornado público mas, segundo Trump, trata-se de uma versão “refinada” do acordo de paz revelado na semana passada, o qual era consideravelmente mais vantajoso para a Rússia do que para a Ucrânia. “Esse não era um plano, era um conceito”, defendeu o presidente dos EUA, adiantando que as pessoas “estão a começar a perceber que este é um excelente acordo para ambos os lados”.

Trump minimizou ainda os relatos sobre possíveis concessões territoriais da Ucrânia, dando a entender que seriam inevitáveis de uma forma ou de outra. “Se olharmos para o terreno, as coisas só estão a avançar numa direção. Eventualmente, esse território acabaria por ser capturado pela Rússia nos próximos meses”, afirmou, referindo-se à região do Donbass.

Um responsável ucraniano que participou nas negociações de Genebra que levaram Zelensky a aceitar o plano disse, entretanto, que o ponto decisivo das negociações será a questão das garantias de segurança para a Ucrânia. “É aquilo que irá definir se o acordo é sustentável, genuíno e aplicável”, afirmou Oleksandr Bevz. O responsável indicou ainda que esta não deverá ser a versão final da proposta. “O documento vai continuar a ser alterado. Posso confirmar que foram retirados vários pontos que não estavam diretamente relacionados com a Ucrânia, incluindo aqueles que diziam respeito às futuras relações entre os EUA e a Rússia”, adiantou.

UE Reduzir exército russo

A chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, defendeu ontem que a Rússia deveria ser obrigada a reduzir o seu Exército no âmbito de um eventual acordo de paz, como forma de garantir a segurança na Europa. Kallas disse ainda que Putin só aceitou negociar para tentar alcançar com um acordo aquilo que não conseguiu pela força das armas.

Acordo Enviados acertam detalhes

O enviado de Trump para a Ucrânia, Steve Witkoff, vai reunir-se com Vladimir Putin na próxima semana em Moscovo para tentar convencer o líder russo a aceitar o acordo de paz. Já o secretário do Exército, Dan Driscoll, que liderou as negociações com os russos em Abu Dhabi, deverá deslocar-se ainda esta semana a Kiev.

Witkoff sugeriu aos russos como falar com Trump

O enviado de Trump para a Ucrânia, Steve Witkoff, aconselhou um dos principais negociadores russos, Yuri Ushakov, sobre a melhor forma de lidar com o Presidente americano, revelam transcrições de conversas telefónicas publicadas pela Bloomberg News. Numa conversa que decorreu a 14 de outubro, Witkoff diz ao interlocutor que Putin deve começar a conversa elogiando o acordo de paz negociado por Trump para o Médio Oriente e garantindo o total apoio da Rússia. “A partir daí, a conversa será certamente boa”, explica Witkoff. Ainda de acordo com a transcrição, Ushakov concorda e diz que Putin “irá felicitar” Trump pelo acordo e elogiá-lo como “um homem de paz”.

O negociador russo disse ontem que a publicação de transcrições de “conversas  privadas” visa prejudicar os esforços de paz. Já Trump defendeu que Witkoff “estava a fazer o seu trabalho”. “Ele tem que vender isto à Ucrânia e à Rússia. É o que faz um negociador”, disse o Presidente dos EUA.

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