Doce já faz parte das tradições natalícias dos portugueses há mais de cem anos, mas não foi em Portugal que a receita nasceu.
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Quando o assunto são as tradições de Natal portuguesas, é impossível deixar de mencionar o famoso Bolo-Rei, uma iguaria que já se desfaz na boca dos portugueses durante a quadra natalícia há mais de 100 anos.
No entanto, desenganem-se aqueles que acreditam que o Bolo-Rei tem origem em Portugal. Apesar da receita que hoje conhecemos ser tão típica e característica do nosso povo, a verdade é que o Bolo-Rei foi adotado pelos lusitanos. No entanto, a sua origem é outra.
De acordo com a lenda, o doce representa os três reis magos (Gaspar, Belchior e Baltazar) e os presentes que estes levaram ao menino Jesus no dia do seu nascimento. Assim, a côdea do bolo simboliza o ouro, as frutas cristalizadas representam a mirra e o aroma o incenso.
No entanto, os primeiros registos associados a este bolo remontam do povo romano, que usava favas para eleger o rei da Festa durante os banquetes saturnais. A Igreja Católica terá associado este jogo, característico do mês de dezembro, à época entre a navidade e a epifania (entre os dias 25 de dezembro a 6 de janeiro). A igreja determinou que esta última data fosse designada por Dia dos Reis, cujo símbolo era a introdução de uma fava num bolo, mas cuja receita ficou perdida ao longo dos anos.
Apesar dos antigos registos históricos, os primeiros grandes vestígios deste doce de massa lêveda adornado com frutas cristalizadas surgiram em França, no século XVI, durante o reinado de D. Luís XIV. Com a chegada da revolução francesa, em 1789, o Bolo-Rei foi proibido devido à sua designação (algo que também viria a acontecer em Portugal), pelo que os pasteleiros decidiram mudar-lhe o nome para Gâteau dês Sans-culottes, de modo a poderem continuar a confecionar a doçaria.
Só na segunda metade do século XVIII é que o Bolo-Rei foi importado para Portugal, inspirada na receita produzida no sul de Loire. Reza a história que a primeira casa que vendeu a iguaria foi a Confeitaria Nacional, em Lisboa, pelas mãos do famoso confeiteiro Gregório. Mais tarde, foram várias as pastelarias que adotaram a receita e passaram a comercializá-la.
República coloca Bolo-Rei em risco
Em 1910, aquando da implantação da República em Portugal, o Bolo-Rei ficou em risco por conter a palavra "rei" no nome. Numa época em que a monarquia era um pesadelo recente, a lógica vigente queria eliminar todos os vestígios que pudessem fazer lembrar o tempo em que o poder supremo do rei governava o país.
Ainda assim, os confeiteiros e pasteleiros nacionais decidiram continuar a fabricar o bolo sob outras designações. "Bolo-Presidente", "Bolo-Arriaga", "Ex-Bolo-Rei" ou "Bolo de Ano Novo". No entanto, nunca nenhum colou aos ouvidos dos portugueses, que continuaram a chamar o bolo pelo nome de Bolo-Rei, até hoje.
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