Vítima denuncia "Filhos de Deus" e faz revelações chocantes de prostituição, violência e exorcismo.
"Filhos de Deus" foi um culto criado em 1968 liderado por David Brandt Berg. A seita afirmava-se como um movimento religioso cuja mensagem era a "salvação e a revolução contra o mundo exterior".
O grupo gerou muita controvérsia entre os anos 70 e 80 pois tinha como método de evangelismo o "flirty fishing" que era nada mais nada menos do que uma forma de "mostrar o amor de Deus. Foi muitas vezes comparado à prostituição religiosa. Cerca de 40 anos depois do culto ter sido criado, Christina Babin, uma das crianças que passou anos presa nesta seita vem divulgar pormenores chocantes do que se passava lá dentro.
Era ainda um bebé quando a sua mãe a levou a si e ao irmão de dois anos o culto. Christina alega que a mãe, bem como outros adultos, sofriam "lavagens cerebrais" e que, apesar do que sofreu, não culpa a progenitora.
Dentro das paredes de "Filhos de Deus" era normal crianças dormirem nas camas de casais, mesmo que não fossem seus progenitores, e serem realizadas práticas sexuais com crianças a partir dos 10 anos.
A mulher de 42 anos afirma que assistiu a prostituição, violência e exorcismo ainda em tenra idade. Christina só conseguiu escapar ao culto já em adulta.
Atores como Rose McGowan, 44 anos e Jeremy Spencer, 69 anos foram vítimas das garras de Berg mas conseguiram escapar. Christina conta que era dito às crianças que o sexo era uma coisa boa e maravilhosa aos olhos de Deus, mas com 11 anos, depois de ter sido abusada sexualmente por um casal, a menina só se sentia aliviada por ter terminado.
Berg tinha apresentado "a lei do amor" a Babin quando esta tinha apenas oito anos. Essa lei permitia que os homens pudessem dormir com quem quisessem, fossem adultas ou crianças pequenas.
Mulheres e meninas com mais de 10 anos eram aliciadas a atrair homens para o culto com sexo e a técnica "Flirty fishing".
"Isto é a dimensão do controlo e coerção que havia. Disseram-nos que o sexo era uma coisa boa e que nos deveríamos divertir", confessa Christina ao jornal Mirror.
"Depois eu ouvi o homem dizer 'isto é errado'. Eu não estou a diminuir o o que o casal fez de forma alguma, mas eles também sofreram um lavagem cerebral. Estava tão confusa porque não tinha gostado do que aconteceu. Eu não conseguia entender por que não foi a coisa incrível que me disseram que seria", acrescenta.
Nos 11 anos que se seguiram, Babin foi violada mais duas vezes e sujeita a várias formas de tortura.
As crianças eram acordadas às 7 horas para fazerem as suas orações. Depois de rezarem durante horas, faziam os trabalhos domésticos e cuidavam das crianças mais novas. As famílias eram separadas, adultos para um lado e crianças para outro. Era dito às crianças que todos os adultos eram seus pais.
"Disseram que as pessoas não nos entendiam, que o fim do mundo estava a chegar ou que morreríamos como mártires", conta a mãe de quatro filhos.
"Fomos treinados para ser robôs emocionais - sempre felizes, sempre sorrindo - não importava o que acontecesse. Não nos permitiam brincar ou ler livros", conclui.
Atualmente Christina tem quatro filhos e casou com um dos membros do culto. Quando nasceu o primeiro filho, exigiram-lhes que entregassem o bebé para a seita, mas o casal não o fez. Foi nessa altura que se desvincularam da organização religiosa e começaram uma vida nova.
A vítima da seita não esquece, no entanto, os 20 anos que passou nas mãos de "Filhos de Deus".
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