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Senador investigado por vender ações antes da queda da bolsa de Nova Iorque

Richard Burr desfez-se em fevereiro de ações avaliadas entre 600 mil dólares e 1,62 milhões de dólares.

30 de março de 2020 às 20:04

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos abriu uma investigação a pelo menos um membro do Congresso pela venda de ações pouco antes da queda dos mercados na segunda quinzena de fevereiro devido à pandemia de covid-19.

De acordo com 'media' locais, a investigação está a ser coordenada com a Comissão do Mercado de Valores (SCE, na sigla em inglês) e centra-se, de momento, no senador do partido Republicano Richard Burr, presidente do Comité dos Serviços de Informações daquele órgão.

Burr também integra o Comité de Saúde, Educação e Trabalho do Senado, onde os legisladores tiveram acesso prévio a informações específicas de agências federais norte-americanas, e que originou indignação no país.

O anúncio da investigação do Departamento de Justiça foi revelado inicialmente pela cadeia televisiva CNN.

Burr, senador pela Carolina do Norte, desfez-se em fevereiro de ações avaliadas entre 600 mil dólares e 1,62 milhões de dólares (entre 538 mil euros e 1,4 milhões de euros), pouco antes da bolsa de Wall Street entrar em queda livre e chegar a registar mínimos desde 1987.

Os congressistas, os seus empregados e outros funcionários federais estão proibidos por lei de realizar operações financeiras baseadas na informação que obtiverem no âmbito da sua função oficial.

"A lei deixa claro que qualquer norte-americano, incluindo um senador, pode participar na bolsa de valores com base numa informação pública, como fez o senador Burr. Quando este tema surgiu, o senador Burr imediatamente pediu ao Comité de Ética do Senado que iniciasse um exame completo, e cooperará com esse exame e ainda com qualquer outra questão", disse Alice Fischer, advogada de Burr.

A informação da venda de ações foi inicialmente divulgada pela ProPublica, uma organização independente de jornalismo de investigação sem fins lucrativos sediada em Nova Iorque.

Dias antes da venda em massa de ações, Burr tinha escrito um artigo na Fox News em que considerava que os EUA estavam "mais bem preparados que nunca para enfrentar as emergentes ameaças de saúde pública".

Em simultâneo, a também Republicana Kelly Loeffler, senadora pela Geórgia, realizou várias operações de venda de ações num valor calculado entre 1 e 2,5 milhões de dólares (897 mil euros e 2,2 milhões de dólares).

Loeffler é casada com o presidente da bolsa de Nova Iorque, apesar de ainda não ter sido revelada qualquer investigação sobre o seu caso.

A bolsa de Nova Iorque perdeu mais de um terço do seu valor desde meados de fevereiro quando foi conhecida a magnitude do novo coronavírus.

Segundo os dados de diversas autoridades de saúde, dois países já ultrapassam ao 100.000 contagiados, os Estados Unidos (145.000) e a Itália (101.000), apesar de este último ter divulgado hoje o número mais baixo de novos casos diários (4.050) das últimas duas semanas.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia de covid-19, já infetou mais de 727 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 35 mil.

Dos casos de infeção, pelo menos 142.300 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu, com mais de 396 mil infetados e perto de 25 mil mortos, é aquele onde se regista atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 10.779 mortos em 97.689 casos confirmados até domingo.

A Espanha é o segundo país com maior número de mortes, registando 7.340, entre 85.195 casos de infeção confirmados até hoje, enquanto os Estados Unidos são o que tem maior número de infetados (143.055).

A China, sem contar com os territórios de Hong Kong e Macau, conta com 81.470 casos (mais de 75 mil recuperados) e regista 3.304 mortes. A China anunciou hoje 31 novos casos, dos quais 30 oriundos do exterior, e mais quatro mortes, numa altura em que o país suspendeu temporariamente a entrada no país de cidadãos estrangeiros, incluindo residentes.

Os países mais afetados a seguir a Itália, Espanha e China são o Irão, com 2.757 mortes reportadas até hoje (41.495 casos), a França, com 2.606 mortes (40.174 casos) e os Estados Unidos com 2.514 mortes (143.055 casos).

O número de mortes África subiu para 148, com o número de casos acumulados a aproximar-se dos 5.000 em 46 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia.

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