Ex-presidente brasileiro diz que a prisão era algo injusto.
Constituído arguido na passada quarta-feira por tentativa de golpe de Estado e arriscando uma pena, se for condenado, que pode ser superior a 40 anos, o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro não esconde a preocupação com o seu futuro político e pessoal. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o antigo presidente evidenciou o medo que tem de uma eventual prisão caso seja condenado.
“Seria o fim da minha vida. Eu já estou com 70 anos. Além de que a minha prisão seria completamente injusta. Onde é que está o meu crime? Onde é que eu quebrei alguma coisa? Onde é que está a prova de um possível golpe, a não ser discutir dispositivos legais que nunca saíram do âmbito das palavras?”, desabafou o antigo chefe de Estado, que esta semana completou 70 anos de idade.
Na entrevista dada à jornalista Marianna Holanda, publicada este sábado, Jair Bolsonaro confirmou ter debatido com auxiliares e com os comandantes militares em 2022, depois de ter perdido as presidenciais desse ano para Lula da Silva, dispositivos legais previstos na Constituição brasileira, como a decretação de um Estado de Sítio ou um Estado de Defesa, situações que, em princípio, o manteriam no poder a pretexto de uma suposta fraude eleitoral e com o argumento de precisar manter a ordem social e institucional. Mas acrescenta, usando os mesmos argumentos que os seus advogados repetiram em vão na sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) em que foi constituído arguido, que debater ideias e dispositivos previstos na lei não configura crime, pois nada do que discutiram foi concretizado.
“Essas medidas estão previstas na Constituição, para serem usadas para garantirem a ordem pública e a paz social ameaçadas por iminente instabilidade institucional, comoção grave de repercussão nacional ou guerra. Elas foram discutidas, mas foram de imediato abandonadas. Se não se pode debater mecanismos previstos na Constituição, então mudem a Constituição”, disse Bolsonaro.
Ele também afastou a possibilidade de fugir do Brasil para escapar de uma eventual prisão caso seja condenado por um dos cinco crimes de que está a ser acusado, entre eles o de tentativa de golpe de Estado e formação de organização criminosa armada. A possibilidade de fuga ganhou força nos últimos dias depois de um dos filhos de Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, ter ido para os EUA e anunciado que iria ficar nesse país e pedir asilo político, alegando perseguição a ele e à família no Brasil.
“Zero, zero, zero (a possibilidade de deixar o Brasil para escapar da prisão). Eu acho que estou com uma boa cara aqui. Tenho 70 anos, sinto-me bem aqui e quero bem ao meu país.”, complementou o ex-presidente.
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