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Sinais de melhoria da saúde do Papa dão esperança a peregrinos em Roma

Médicos que seguem o Papa no Hospital Gemelli dizem que desde segunda-feira existiu uma ligeira melhoria nos exames laboratoriais.

25 de fevereiro de 2025 às 12:44

Os sinais de estabilização clínica do Papa Francisco, confirmados esta terça-feira pelo Vaticano, deram esperança a muitos peregrinos que circulam nas ruas adjacentes à Praça de São Pedro, Roma.

Ana Campezzi veio do Rio de Janeiro, com a filha e o genro, para tentar resolver o pedido pendente de cidadania italiana. Esta terça-feira decidiu vir ao Vaticano, também pelas notícias a que tem assistido.

"Ele está mal, ele melhora, ele piora. Enfim, ele é um homem que merece que nos preocupemos", afirmou a brasileira de 55 anos, que diz "rezar muito pela saúde do Papa Francisco".

Segundo o Vaticano, o Papa Francisco, de 88 anos, que está hospitalizado em estado crítico com pneumonia em ambos os pulmões, manteve-se estável.

"O Papa descansou bem durante toda a noite", disse o Vaticano num breve comunicado no 12.º dia da hospitalização de Francisco, a mais longa desde a sua eleição em 2013.

Na segunda-feira, o boletim clínico da tarde indicava que as condições clínicas do Papa Francisco registaram uma leve melhoria, com os médicos a lembrarem, tendo em conta a complexidade do quadro clínico, ser necessária prudência e a manterem um prognóstico reservado.

Na segunda-feira à noite, os cardeais residentes em Roma uniram-se com outros religiosos e leigos para uma oração pela saúde do líder da Igreja Católica.

Um rosário noturno onde não esteve Ana Campezzi, pois não sabia do evento. A brasileira diz-se "católica mais ou menos", porque acredita em Deus, mas segue uma confissão evangélica.

"Somos todos crentes, e o Papa é o Papa, é um dos que nos guia a Deus", afirmou, enquanto esperava na fila para entrar nos museus do Vaticano.

A alguns metros estava a lisboeta Helena Santiago, que está em Roma de passagem numa viagem pela Itália: "é uma semana e o Vaticano é obrigatório".

Católica pouco praticante, Helena diz que espera que o Papa melhore. "Ele foi muito importante para todos, para quem tem fé e quem não tem fé. É uma voz lúcida e razoável num mundo de loucos", explica a professora de 36 anos.

As condições clínicas do Papa Francisco registaram na segunda-feira uma ligeira melhoria, com os médicos a lembrarem, tendo em conta a complexidade do quadro clínico, ser necessária "prudência" e a manterem um "prognóstico reservado".

No boletim clínico divulgado, na segunda-feira à noite, pelos médicos que seguem o Papa no Hospital Gemelli, em Roma, é indicado que Francisco mostrou uma ligeira melhoria nos exames laboratoriais, que lhe permitiram retomar alguns trabalhos.

"Hoje não se registaram episódios de crise respiratória asmática: alguns exames laboratoriais melhoraram. A monitorização de insuficiência renal ligeira não é preocupante. A oxigenoterapia continua, embora com débito e percentagem de oxigénio ligeiramente reduzidos", lê-se no boletim médico.

Nesse sentido, os médicos, "tendo em conta a complexidade do quadro clínico, mantêm ainda, com prudência, o prognóstico [reservado]".

O Papa foi hospitalizado em 14 de fevereiro, na sequência de uma pneumonia nos dois pulmões e teve uma crise respiratória na sexta-feira, que agravou o seu estado de saúde.

Esta terça-feira, o Vaticano distribuiu uma série de nomeações papais para cargos na hierarquia em Roma e no resto do mundo, um sinal de que o pontífice terá voltado a realizar algumas tarefas.

Entre várias nomeações, o Papa aceitou a renúncia de Gorgônio Neto, da diocese brasileira de Itapetininga (São Paulo, nomeando Luiz Ricci como seu sucessor.

Nomeou ainda para Jailton Lino para bispo de Itabuna (Bahia) e vários bispos auxiliares para a Arquidiocese do Rio de Janeiro.

Além disso, Francisco concluiu a nomeação dos responsáveis do Governo do Estado da Cidade do Vaticano, na sequência da reforma da Cúria, de 13 de maio de 2023.

No decreto esta terça-feira divulgado, o Papa confirmou a nomeação para a liderança daquele órgão a religiosa franciscana Raffaella Petrini, a primeira mulher em funções tão elevadas na Cúria Romana, com poderes de gestão da Santa Sé, apenas abaixo do pontífice.

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