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Terroristas detidos com futuro incerto

Membros do gang das decapitações, liderado por Jihadi John, foram capturados na Síria.

11 de fevereiro de 2018 às 01:30

A detenção na Síria de dois jihadistas britânicos que faziam parte do infame gang das decapitações, liderado por ‘Jihadi John’, abriu um imbróglio jurídico e diplomático.

O Reino Unido, que lhes retirou a nacionalidade, não parece interessado em tê-los de volta e defende que devem ser julgados por um tribunal internacional. Já os EUA dizem que estão a estudar o assunto e admitem, em último caso, transferi-los para a prisão de Guantánamo, em Cuba.

Alexanda Kotey e El Shafee El-sheikh foram capturados no final de janeiro por milícias curdas no norte da Síria, quando tentavam fugir para a Turquia. Eram os dois últimos membros dos ‘Beatles’, a designação com que ficou conhecido o grupo de quatro jihadistas britânicos, todos residentes na zona de Londres, que viajaram para a Síria e criaram a famigerada unidade de tortura e execução do Daesh, responsável pela decapitação de vários reféns ocidentais em 2014.

O seu líder, Mohammed Emwazi, conhecido por ‘Jihadi John’ e que se tornou um símbolo do terror do Daesh ao aparecer nos vídeos das decapitações, foi morto por um míssil lançado por um drone dos EUA na região de Raqqa em 2015, o mesmo ano em que outro membro do grupo, Aine Davis, foi capturado na Turquia, onde cumpre atualmente uma pena de sete anos e meio de cadeia por terrorismo.

Kotey e Elsheikh estão detidos em local secreto na Síria e as milícias curdas ainda não receberam qualquer pedido para a sua transferência. Tobias Ellwood, secretário britânico da Defesa, defendeu que os dois jihadistas devem ser julgados pelo Tribunal Penal Internacional ou outro órgão judicial que venha a ser criado para julgar crimes terroristas. Já os EUA garantem que estão em conversações com os aliados sobre o seu futuro e não afastam a possibilidade de os julgar nos Estados Unidos e os enviar para Guantánamo.

PORMENORES

Identidade confirmada

A identidade de Kotey e Elsheikh foi confirmada através das suas impressões digitais. Foram capturados a 24 de janeiro pelas milícias curdas do SDF quanto tentavam fugir para a Turquia. Julga-se que planeavam regressar ao Reino Unido para levar a cabo ataques terroristas.

Interrogatório

Os dois jihadistas estão a ser interrogados por elementos da coligação anti-Daesh, que esperam obter informações sobre o paradeiro do jornalista britânico John Cantlie, que foi capturado em 2014 e apareceu em vários vídeos de propaganda do Daesh, bem como sobre o local onde foram enterrados os corpos dos reféns ocidentais executados pelo grupo terrorista.

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