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Terroristas reinvidicam ataque a "cristãos" e igrejas em Moçambique

Província de Cabo Delgado, no norte do país, rica em gás, enfrenta desde 2017 uma rebelião armada.

29 de setembro de 2025 às 09:44

Elementos associados ao grupo extremista Estado Islâmico reivindicaram esta segunda-feira o ataque a uma aldeia de Cabo Delgado, com a morte de "cristãos" e a destruição de pelo menos duas igrejas, num momento de contínua violência naquela província moçambicana.

A reivindicação, feita através dos canais de propaganda do Estado Islâmico (EI), refere que o ataque aconteceu na sexta-feira, numa povoação do distrito de Chiúre, durante o qual afirmam ter incendiado "duas igrejas e outras propriedades".

A província de Cabo Delgado, no norte do país, rica em gás, enfrenta desde 2017 uma rebelião armada, que provocou milhares de mortos e uma crise humanitária, com mais de um milhão de pessoas deslocadas desde então.

No sábado, populares de Mazeze relataram que pelo menos uma mulher morreu num ataque de alegados terroristas, armados, naquele posto administrativo do distrito de Ancuabe, em Cabo Delgado.

Segundo as fontes, a mulher morreu durante o dia de quinta-feira, quando estava numa zona de produção agrícola, à procura de verduras.

"Os terroristas mataram uma mulher. Ela estava sozinha e foi surpreendida", disse uma das fontes, a partir de Ancuabe.

O corpo da mulher só foi encontrado no dia seguinte, por populares, quando realizam buscas face à sua ausência da comunidade.

A situação motivou o pânico entre os moradores daquela área, que fugiram, a pé, para a sede do posto administrativo de Mazeze, que dista mais de 100 quilómetros da sede distrital de Ancuabe.

No final de julho, ataques destes grupos terroristas já tinham provocado mais de 57 mil deslocados no distrito de Chiúre, sul da província de Cabo Delgado, segundo dados oficiais anteriores.

Entretanto, a província regista um novo recrudescimento de ataques de grupos rebeldes, tendo sido alvos os distritos de Chiúre, Muidumbe, Quissanga, Ancuabe e Meluco. Mais recentemente também Mocímboa da Praia, com registo de vários mortos, levando neste caso a organização Médicos Sem Fronteiras a suspender as atividades locais, por questões de segurança.

Só em 2024, pelo menos 349 pessoas morreram em ataques, no norte de Moçambique, a maioria reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico, um aumento de 36% face ao ano anterior, segundo um estudo divulgado pelo Centro de Estudos Estratégicos de África (ACSS), uma instituição académica do Departamento de Defesa do Governo norte-americano.

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