Não é a primeira vez que o presidente dos EUA admite a possibilidade do uso da força para tirar o homólogo venezuelano do poder.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que os dias do homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, "estão contados", não descartando uma invasão terrestre da Venezuela pelas forças norte-americanas.
O chefe de Estado republicano, em entrevista ao Politico publicada esta terça-feira, foi questionado sobre até onde estaria disposto a ir para tirar Maduro do poder, que ocupa desde 2013, ao que respondeu: "Os seus dias estão contados".
Trump não quis, porém, confirmar nem descartar uma intervenção terrestre com tropas americanas: "Não quero falar sobre isso. Por que falaria sobre isso com a Politico, uma publicação tão hostil para comigo?".
Esta terça-feira, dois caças F-18 norte-americanos sobrevoaram as águas do Golfo da Venezuela durante cerca de 40 minutos, num novo gesto que contribui para aumentar a pressão de Washington sobre o Governo do líder chavista.
De acordo com o serviço de rastreamento de aviação Flightradar24, a operação dos caças dos Estados Unidos ocorreu por volta das 12:00, hora local (16:00 em Lisboa), numa zona do golfo a cerca de 160 quilómetros a nordeste de Maracaibo, capital do estado de Zulia (fronteira com a Colômbia).
As autoridades venezuelanas não se referiram expressamente ao incidente, mas reiteraram ao longo do dia de terça-feira que o país caribenho continua disposto "a lutar" em caso de agressão.
Os Estados Unidos mantêm há várias semanas um importante destacamento naval nas águas do mar das Caraíbas, perto da nação sul-americana, visto pelo Governo de Maduro como uma ameaça com o objetivo de promover uma mudança de regime.
O ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, afirmou na terça-feira que a determinação de lutar pela liberdade do país é reforçada "com armas", garantindo que a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) respondeu "dignamente" às "ameaças" dos Estados Unidos e tem um plano para ripostar a "nova agressão militar e multiforme do imperialismo norte-americano".
Por sua vez, o chefe da diplomacia venezuelana, Yván Gil, defendeu uma "ofensiva revolucionária" e a construção de um movimento que possa responder ao "imperialismo" e aliados.
Também o presidente do Parlamento, Jorge Rodríguez, afirmou que, "com absoluta certeza", a Venezuela se defenderá e lutará contra uma eventual agressão militar, e assegurou que os Estados Unidos querem "uma guerra para devastar" o país.
Rodríguez reiterou ainda esta terça-feira que a Venezuela vai sair do Tribunal Penal Internacional (TPI) devido à "vassalagem" dos seus representantes, sustentando que os juízes daquele órgão "não estão lá para fazer justiça nem para defender os direitos" e acusando o tribunal de não dizer "absolutamente nada" sobre as "ameaças e guerra psicológica" contra a Venezuela por parte dos Estados Unidos.
Num aparente sinal de resiliência, durante um Conselho Nacional de Economia Produtiva, transmitido pelo canal estatal Venezolana de Televisión (VTV), Maduro garantiu na terça-feira que a produção pesqueira aumentou no país, apesar dos mísseis lançados pelos Estados Unidos contra embarcações no mar das Caraíbas.
O Presidente venezuelano precisou que a produção aquícola cresceu 4% e a captura pesqueira 2,4% entre janeiro e novembro deste ano, sem acrescentar outros detalhes.
Maduro destacou estes números como uma conquista no "contexto dos mísseis lançados contra barcos nas Caraíbas" e assinalou que "a Venezuela continua a crescer na sua produção".
O chefe de Estado disse ainda que o produto interno bruto (PIB) venezuelano deverá crescer 9% em 2025, apesar do que designou como "contexto permanente de agressão económica".
No plano diplomático, Caracas anunciou esta terça-feira que Madurou manteve uma conversa telefónica com o homólogo iraniano, Masoud Pezeshkian, de quem recebeu o apoio face às "provocações hostis" dos Estados Unidos.
Pezeshkian, de acordo com um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Venezuela, afirmou que todas as "provocações hostis" violam os princípios do direito internacional e constituem um "precedente perigoso" para os povos do mundo.
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