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Trump afirma querer "ajudar a China, não prejudicá-la" depois de agravar conflito comercial

Declaração foi feita dois dias após o anúncio da imposição por Washington de direitos aduaneiros adicionais de 100% sobre os produtos chineses.

12 de outubro de 2025 às 20:29

O Presidente norte-americano, Donald Trump, adotou este domingo um tom mais conciliador no conflito comercial entre Washington e Pequim, afirmando que os Estados Unidos querem "ajudar a China, não prejudicá-la".

"Não se preocupem com a China, tudo vai correr bem! O muito respeitado Presidente Xi apenas passou por um momento difícil, ele não quer uma depressão para o seu país, e eu também não", afirmou o líder norte-americano na sua plataforma Truth Social, dois dias após o anúncio da imposição por Washington de direitos aduaneiros adicionais de 100% sobre os produtos chineses.

O discurso de Trump suavizou-se, uma vez que o governante tinha considerado na sexta-feira que a China "se estava a tornar muito hostil", antes de ameaçar Pequim com a imposição de direitos aduaneiros de 100% sobre os produtos chineses, que se somariam às taxas já aplicadas desde maio passado.

Em causa está a decisão tomada na quinta-feira pelo Governo chinês de aplicar novos controlos sobre a exportação de terras raras, bem como de máquinas e tecnologias que permitem o seu refinamento e transformação.

Estas matérias-primas são particularmente procuradas nas indústrias digitais, das energias renováveis, mas também da defesa, e Pequim controla uma parte essencial da cadeia de valor de quase todos os minerais raros.

Donald Trump classificou esta decisão como "extremamente agressiva", ameaçando a China com direitos aduaneiros adicionais e considerando cancelar a sua reunião prevista para daqui a duas semanas com o homólogo chinês Xi Jinping, à margem da cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC) na Coreia do Sul.

"Não é possível que a China seja autorizada a manter o mundo refém, mas parece ser esse o seu projeto há algum tempo", afirmou o Presidente norte-americano, garantindo na mesma ocasião que "muitas outras contramedidas" estavam a ser "seriamente estudadas".

Mediante este cenário, Donald Trump tem vindo a tentar ganhar terreno relativamente às terras raras. Em setembro, a primeira-ministra ucraniana anunciou a primeira contribuição dos Estados Unidos para o fundo de investimento criado por Washington e Kiev para facilitar o acesso de empresas norte-americanas aos recursos naturais do país.

O acordo para a criação do fundo de investimento foi assinado na primavera passada, após meses de pressão da administração Trump, que condicionou a continuidade de qualquer ajuda a Kiev à assinatura de um documento que permita o acesso dos Estados Unidos às terras raras da Ucrânia.

Desta forma, defende Donald Trump, os Estados Unidos recuperam a ajuda a Kiev dada pela administração do seu antecessor na Casa Branca, o democrata Joe Biden.

No texto assinado, a Ucrânia concorda em financiar o fundo com metade dos lucros gerados pelos projetos de exploração de energia iniciados após a aprovação do acordo.

Sob o efeito da ofensiva protecionista desencadeada por Donald Trump desde o seu regresso ao poder a 20 de janeiro, os direitos aduaneiros entre os Estados Unidos e a China atingiram níveis três vezes superiores ao normal em ambos os lados, perturbando as cadeias de abastecimento.

Desde então, Washington e Pequim chegaram a um acordo para amenizar as tensões, reduzindo temporariamente as tarifas alfandegárias para 30% para produtos chineses importados pelos Estados Unidos e para 10% para produtos norte-americanos importados pela China.

Esta trégua comercial deve durar até 10 de novembro.

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