A edição de hoje
Medida que poderá levar a poupar dezenas de milhões de euros tem na mira a France-Press, Associated Press e Reuters. “Nós próprios devemos produzir a informação”, diz conselheira do Presidente.
A Administração de Donald Trump está a preparar-se para anular os contratos, no valor de dezenas de milhões de euros, com as três principais agências noticiosas internacionais, a francesa Agence France-Presse (AFP), a norte-americana Associated Press (AP) e a britânica Reuters, a maior do Mundo. A notícia foi avançada por Cari Laque (conselheira de Trump), que justificou, nas redes sociais, que os Estados Unidos “não devem pagar a empresas de comunicação estrangeiras para lhe dizerem quais são as notícias”. Laque escreveu mesmo: “Nós próprios devemos produzir a informação. E se não for possível, o contribuinte norte-americano deve saber porquê.”
Mas os cortes de Donald Trump para com os meios de informação não são novos. Ainda no início de fevereiro, o líder americano tinha anunciado o congelamento de 268 milhões de dólares alocados pelo Congresso para apoiar os media independentes e o livre fluxo de informação a nível internacional, apoio este que era feito através da agência norte-americana para o desenvolvimento internacional (USAID). As novas medidas de Donald Trump vêm lembrar a má relação do presidente com os media e os jornalistas. Ainda recentemente, Trump impediu o acesso de um jornalista da AP a um evento na Sala Oval da Casa Branca, após exigir que a agência passasse a adotar, nas suas noticias, o nome de ‘golfo da América’ em vez de ‘golfo do México’.
Recorde-se que no seu primeiro mandato, entre 2017 e 2021, Trump já se havia dirigido à classe jornalística como “inimigos do povo”, “desonestos” e “escória humana”. Ameaçou mesmo retirar as licenças aos canais televisivos NBC e CNN.
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