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Trump avisa Rússia: "Mísseis vão chegar"

Russos ameaçam abater mísseis e alvejar locais de onde forem lançados.

12 de abril de 2018 às 01:30

O presidente dos EUA, Donald Trump, avisou esta quarta-feira de que nos próximos dias lançará um ataque na Síria e reiterou acusações à Rússia por apoiar "um animal que mata o seu povo com gás e diverte-se com isso".

Trump cancelou uma viagem à América Latina para delinear com os aliados uma possível ação militar e, no Twitter, dirigiu o alerta diretamente a Moscovo: "A Rússia promete abater quaisquer mísseis disparados sobre a Síria. Prepara-te, Rússia, pois eles vão chegar, lindos, novos e inteligentes".

Numa primeira resposta, no Facebook, o MNE russo afirmou que "os mísseis inteligentes deveriam estar a visar terroristas e não um governo legítimo". Uma porta-voz do Kremlin disse ainda que um ataque pode ser uma tentativa de destruir provas do ataque com gás em Douma, que matou 43 pessoas, ataque pelo qual a Rússia e o regime sírio acusam os rebeldes.

A resposta mais contundente e ameaçadora chegou do embaixador russo no Líbano, Alexander Zasypkin: "Se os americanos atacarem, os mísseis serão derrubados e os locais dos disparos dos mísseis serão atacados". Zasypkin repetiu o alerta de 13 março dos militares russos e garantiu estar a referir palavras do presidente Vladimir Putin. Contudo, o porta-voz da presidência russa recusou comentar a ameaça de Trump, depois de no início do dia alertar para ações que agravem mais a situação no Médio Oriente.

O regime sírio levou a ameaça dos EUA a sério e prepara-se para a chegada dos mísseis. Depois do que aconteceu em abril de 2017, quando Trump ordenou o bombardeamento de uma base síria após outro ataque químico, o regime de Bashar al-Assad não quer correr riscos e ordenou a retirada de efetivos dos principais aeroportos e bases aéreas.

Companhias aéreas alertadas para risco no Mediterrâneo

A agência europeia de controlo aéreo Eurocontrol alertou as companhias aéreas para riscos acrescidos no Leste do Mediterrâneos nos próximos dias devido à ameaça de ataque dos EUA na Síria. A Eurocontrol frisou que mísseis de cruzeiro podem ser usados na área antes do final da semana e pode haver falhas nos equipamentos de radionavegação. O espaço aéreo da Síria já era evitado há muito, após alertas de reguladores aéreos nos EUA, Reino Unido, França e Alemanha.

Líder dos EUA oferece ajuda económica à Rússia e apela ao fim da corrida às armas

A par da ameaça, o presidente Donald Trump ofereceu ajuda à Rússia. Horas depois de colocar no Twitter o aviso de uma ofensiva na Síria, o presidente dos EUA publicou uma mensagem conciliadora que contradiz a anterior. "A Rússia precisa da nossa ajuda na economia, algo que seria muito fácil de fazer, e precisamos de todos os países unidos. Parem a corrida às armas?". A Casa Branca não esclareceu que tipo de ajuda está em causa.

PORMENORES

Desacordo na ONU

A Rússia bloqueou no Conselho de Segurança da ONU uma proposta dos EUA para investigar o ataque químico em Douma depois de EUA terem feito o mesmo a uma proposta russa.

OMS fala de 500 feridos

A Organização Mundial de Saúde diz ter dados sobre 500 pessoas tratadas a sintomas de intoxicação após o ataque químico de sábado, em Douma, que matou pelo menos 60 pessoas.

Irão reitera apoio a Assad

O Irão afirmou ontem que apoiará o regime sírio de Bashar al-Assad contra qualquer agressão estrangeira, e referiu a ameaça "da América e do Regime Sionista [Israel]".

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