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O essencial do discurso de Donald Trump

Presidente dos EUA não falou sobre a investigação em torno do alegado complô com o Kremlin.

31 de janeiro de 2018 às 00:19
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17 - trump

Donald Trump começou, esta terça-feira, o seu primeiro discurso do Estado da União a falar nos desastres naturais que assolaram os EUA o ano passado. 

De seguinda, o Presidente dos EUA falou do tiroteio de Las Vegas, o mais trágico da História norte-americana, do qual resultaram 58 mortos, aproveitando para pedir "união" perante as duas câmaras do Congresso norte-americano (Câmara dos Representantes e Senado).

"Depois do terrível tiroteio, unimo-nos, não como republicanos ou democratas, mas como representantes do nosso povo. Mas isso não chega para nos unirmos em tempos de tragédia. Hoje, convoco-vos a todos para porem de lado as diferenças, para procurarmos um consenso e para conseguirmos a união que precisamos de dar ao nosso povo", afirmou.

Um dos momentos mais esperados da noite era do balanço de Donald Trump sobre o último ano. E como já se esperava, o Presidente dos EUA considera que o balanço é muito positivo.

O republicano referiu-se aos resultados da economia (descida do desemprego, subida de salários, crescimento da bolsa) e referiu-se também à maior vitória do seu primeiro ano de mandato, a aprovação de uma reforma do sistema fiscal.

"Desde que aprovámos o corte de impostos, cerca de três milhões de trabalhadores já receberam bónus dos cortes de impostos, milhares e milhares de dólares", declarou Trump.

"Juntos, estamos a construir uma América segura, forte e orgulhosa. Criamos 2,4 milhões de empregos, incluindo 200 mil em fábricas. E depois de anos e anos de estagnação de salários, finalmente eles estão a subir. Os pedidos de subsídio de desemprego estão num mínimo histórico de 45 anos. E há algo de que me orgulho muito: o desemprego entre afro-americanos está no valor mais baixo de sempre. E o desemprego entre hispânicos também está num dos níveis mais baixos de sempre da História", adiantou.

Tom positivo e esperançoso que Donald Trump fez questão de prolongar por quase todo o discurso.

"Nunca houve uma altura tão boa para começar a viver o sonho americano. Se trabalharem no duro, se acreditarem em vocês, se acreditarem na América, então podem sonhar com tudo, podem ser tudo. E juntos conseguimos atingir absolutamente tudo", declarou.

Alguns momentos depois, Donald Trump criticou as atitudes dos jogadores da NFL que se têm ajoelhado durante o hino nacional que toca antes dos jogos. O protesto dos atletas sobre a violência policial contra minorias étnicas não agrada ao Presidente dos EUA e Trump deixou, mais uma vez, isso bem claro, dando o exemplo de Preston. O jovem de 12 anos, que é um dos convidados do republicano, ficou conhecido por começar um movimento de colocar bandeiras norte-americanas nas sepulturas de soldados mortos em combate.

Depois de salientar o que fez de positivo durante o último ano para a indústria e para as infraestuturas norte-americanas, Donald Trump conseguiu o primeiro aplauso dos democratas ao falar da obrigatoriedade de uma licença de maternidade paga.

O republicano brincou com a situação e avançou no discurso para um assunto para o qual elegeu um tom mais sério: a reforma das leis da imigração. Donald Trump pediu união entre democratas e republicanos para aprovar um novo plano de infraestrutura e leis da imigração, dando como exemplo, convidados que perderam os filhos às mãos do gangue MS-13 .

"Apelo ao Congresso que finalmente feche os vazios legais que permitem os MS-13 e outros gangues criminosos entrarem no nosso país. Propus uma nova legislação que vai melhorar as nossas leis imigratórias e apoiar os agentes do serviço de fronteiras e de patrulha", declarou acrescentando que "o dever sagrado de cada representante eleito nesta câmara, é o de defender os americanos, proteger a sua segurança, as suas famílias, as suas comunidades e o seu direito ao sonho americano. Porque os americanos também são sonhadores".

A política internacional não ficou esquecida. Donald Trump decidiu começar este tema a falar da necessidade de "modernizar e reconstruir o arsenal nuclear" dos EUA para logo avançar para o "domínio" do Daesh.

"No ano passado, prometi que iria trabalhar com os nossos aliados para extinguir o Estado Islâmico da face da terra. Uma no depois, é com orgulho que digo que a coligação para derrotar o Estado Islâmico libertou quase 100% do território que esses assassinos tiveram no Iraque e na Síria. Mas ainda há muito trabalho pela frente. Vamos continuar a lugar até o Estado Islâmico ser derrotado", alega.

Ainda quanto à política internacional, e depois de criticar os países que votaram contra a sua decisão de reconhecer Jerusalém como capital de Israel, Donald Trump censurou Cuba, Venezuela, Irão e como não podia deixar de ser a Coreia do Norte.

"Nenhum regime oprimiu os cidadãos como a Coreia do Norte", declarou.

Alguns momentos depois, Donald Trump criticou as atitudes dos jogadores da NFL que se têm ajoelhado durante o hino nacional que toca antes dos jogos. O protesto dos atletas sobre a violência policial contra minorias étnicas não agrada ao Presidente dos EUA e Trump deixou, mais uma vez, isso bem claro, dando o exemplo de Preston. O jovem de 12 anos, que é um dos convidados do republicano, ficou conhecido por começar um movimento de colocar bandeiras norte-americanas nas sepulturas de soldados mortos em combate.

O republicano brincou com a situação e avançou no discurso para um assunto para o qual elegeu um tom mais sério: a reforma das leis da imigração. Donald Trump pediu união entre democratas e republicanos para aprovar um novo plano de infraestrutura e leis da imigração, dando como exemplo, convidados que perderam os filhos às mãos do gangue MS-13 .

"No ano passado, prometi que iria trabalhar com os nossos aliados para extinguir o Estado Islâmico da face da terra. Uma no depois, é com orgulho que digo que a coligação para derrotar o Estado Islâmico libertou quase 100% do território que esses assassinos tiveram no Iraque e na Síria. Mas ainda há muito trabalho pela frente. Vamos continuar a lugar até o Estado Islâmico ser derrotado", alega.

Depois de mais de uma hora de discurso, Donald Trump terminou o discurso com o tom positivo do início, sem nunca falar sobre a investigação em torno do alegado complô, na sua campanha de 2016, com o Kremlin.

"Enquanto tivermos confiança nos nossos valores, fé nos nossos cidadãos, confiança em Deus, nunca vamos falhar. As nossas famílias vão crescer, o nosso povo vai prosperar e a nossa nação vai ser para sempre segura, forte, orgulhosa, poderosa e livre. Obrigado e que Deus abençoe a América. Boa noite", terminou.

Melania de branco, congressistas de negro

Ao contrário do que seria de esperar, Melania Trump não acompanhou o marido no 'The Beast' (em português, 'A Besta'), como é apelidado o veículo do Presidente dos EUA. Contudo, a primeira-dama esteve na bancada a assitir o discurso.

Recorde-se que há algum tempo que Melania não era vista na mesma sala de Donald Trump, tendo mesmo cancelado algumas visitas que estariam programadas. De acordo com a imprensa internacional, esta ausência pode estar relacionada com o alegado caso de traição conjugal do Presidente dos EUA com uma estrela de filmes pornográficos.

Melania optou por vestir-se de branco, ao contrário da maioria das congressistas da plateia que estavam vestidas de preto em solidariedade com os movimentos contra o assédio sexual e luta pelos direitos das mulheres como, aliás, tem acontecido nos últimos eventos de Hollywood.

Convidados de Trump

Como tem sido hábito nos últimos anos, o Presidente dos EUA levou ao Estado da União vários convidados. Um bombeiro da Califórnia que ajudou a combater os fogos deste verão e salvou 62 crianças, um polícia do New Mexico que adotou uma criança dependente de drogas (os pais eram toxicodependentes), dois empresários do Ohio que aumentaram o número de empregados em sequência da carga fiscal para as empresas prevista no código fiscal de Donald Trum e os pais de adolescentes mortos por membros do gangue MS-13, de Long Island.

Trump pede união entre republicanos e democratas

O Presidente dos EUA, Donald Trump, faz esta terça-feira o seu primeiro discurso do Estado da União, no qual deverá insistir nos autoelogios ao bom desempenho da economia e ao pacote fiscal, mas também enfrentar as críticas dos Democratas.

Embora o discurso esteja agendado para as 21h00 (02h00 de quarta-feira em Lisboa) excertos do que será dito já foram divulgados pela Casa Branca. Num deles, Trump pede para que os republicanos e os democratas se juntem para apoiar um plano para reconstruir as infraestruturas nacionais.

No que diz respeito à política internacional, Trump deverá salientar que quase todos os territórios que tinham estado sob o controlo do Daesh na Síria e no Iraque foram libertados, mas que "ainda há muito trabalho a fazer" para derrotar totalmente o grupo extremista. 

O boicote democrata

À espera de Trump estará uma plateia tensa. Diversos democratas já garantiram que irão boicotar o evento e o número de ausências (13 confirmadas até agora) pode mesmo ser um recorde: se o número de membros do Congresso a não comparecer ultrapassar a dúzia, o 'recorde' de Nixon, cujo discurso de 1971 foi boicotado por todos os 12 membros afro-americanos do Congresso, será batido.

Para além das ausências, diversas mulheres também já garantiram que irão vestir-se de preto, para mostrar solidariedade com o movimento #MeToo, contra o assédio sexual. 

O discurso do Estado da União é um antigo ritual da política norte-americana, cuja realização está inscrita na Constituição, onde se escreve que o Presidente deverá, "de tempos em tempos, prestar informação ao Congresso sobre o Estado da União, e recomendar à sua consideração as medidas que julgue necessárias e oportunas".

No último ano Trump especializou-se em surpreender os analistas sobre o previsível conteúdo das suas mensagens ao país, pelo que não é claro, neste momento, qual será o principal tema do seu primeiro Estado da União.

No entanto, é provável que Trump fale -- principalmente para elogiar -- do pacote fiscal, a principal medida legislativa que conseguiu fazer passar no Congresso.

O discurso de um Kennedy

O congressista Joe Kennedy III, neto de Robert e sobrinho-neto de John Kennedy, será o representante do Partido Democrata na resposta ao discurso de Trump. 

Uma escolha que tem tudo de icónica, uma vez que, aos 37 anos, Joe Kennedy III ainda é pouco conhecido dos norte-americanos, mas leva consigo um nome poderoso da "realeza" política dos EUA. 

De resto, pouco se conhece ainda deste político, eleito em 2012 para a Câmara dos Representantes e que acabou por conseguir ser reeleito em 2014 e 2016. Na sua curta carreira, apenas alguns momentos mais sonantes, um dos quais conseguido à custa das redes sociais, que muito tiveram a dizer sobre as suas palavras em defesa do Obamacare.  

Carismático e já com o dom da palavra, o certo é que, como o nome também conta, Kennedy é já apontado por muitos como um sério candidato à Casa Branca. 

As 'armas' de Trump

Em Davos, na semana passada, enalteceu a sua própria medida e, apoiando-se nela, gabou-se do bom desempenho da economia americana e dos mercados acionistas desde que está em funções.

O desemprego nos EUA está em valores historicamente baixos, o PIB cresceu 2,3% (contra os 1,5 % em 2016) -- ainda assim, abaixo das expectativas -- e os mercados batem recordes todas as semanas.

A mensagem de Trump aos líderes da economia e da política em Davos visava atrair o investimento estrangeiro, mas frente aos Congressistas o objetivo passará por angariar capital político por estes números.

O Presidente poderá ainda focar - ou ser forçado a abordar - o tema da imigração, que esteve por detrás do 'shutdown' do Governo Federal e continua a ser a principal "arma de arremesso" entre Republicanos, Democratas e a Casa

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