Valor equivale a uma quebra de quase 230%. Número de voos caiu de cerca de 8040 para pouco mais de 2600.
Os voos domésticos em Cabo Verde, operados por uma única companhia, movimentaram em 2020 cerca de 125 mil passageiros, menos 286 mil (-230%) face ao ano anterior, devido às restrições impostas pela pandemia de covid-19.
De acordo com dados disponibilizados pela Agência de Aviação Civil (AAC) de Cabo Verde, que regula o setor no arquipélago, em todo o ano de 2020 registaram-se 249.679 passageiros em voos domésticos em embarques e desembarques nos quatro aeroportos internacionais e três aeródromos do país.
Como cada passageiro é contado no embarque e no desembarque (aeroportos diferentes), trata-se de um movimento de 124.840 passageiros em voos domésticos, operados apenas pela companhia aérea Transportes Interilhas de Cabo Verde (TICV), o que compara com os 410.614 passageiros em 2019 (884.784 somando embarques e desembarques), segundo os dados da AAC compilados esta quinta-feira pela Lusa.
No espaço de um ano, a pandemia tirou praticamente 286 mil passageiros das ligações aéreas domésticas em Cabo Verde, uma quebra de quase 230%, e o número de voos caiu de cerca de 8.040 (em 2019) para pouco mais de 2.600, desde logo pela interrupção, decidia pelas autoridades nacionais, das ligações de passageiros entre ilhas durante três meses e meio, para conter a pandemia de covid-19, e pela quebra da procura de ligações internas dos passageiros e turistas de voos internacionais, que também só foram retomadas em outubro.
Em 2017, os passageiros das ligações aéreas domésticas em Cabo Verde atingiram o recorde de quase 465 mil (movimento total de 929.595 em embarques e desembarques), com mais de 10.200 voos.
O primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, disse na quarta-feira que o Governo está disponível para intervir também no setor dos voos domésticos, para evitar que haja "interrupção" nas ligações interilhas.
A posição foi assumida pelo chefe do Governo, no parlamento, no último debate mensal da legislatura, que termina com as eleições legislativas de 18 de abril, ao ser questionado pela intervenção do Estado na Cabo Verde Airlines (CVA), privatizada em março de 2019 e que assegurava as ligações internacionais, estando sem atividade há um ano, devido à pandemia.
Confrontado com as opções da legislatura também nos voos domésticos, assegurados apenas pela TICV, que teve de suspender as ligações de março a julho por ordem das autoridades cabo-verdianas para conter a transmissão da pandemia, sem ser conhecido qualquer apoio público, contrariamente à CVA - cinco avales do Estado para empréstimos bancários de cerca de 20 milhões de euros -, Ulisses Correia e Silva não descartou alargar esse cenário.
"Deixem-me ser claro. Quer nos transportes aéreos interilhas, quer internacionais, o Governo está a atuar e a intervir onde for necessário para não haver descontinuidade, para que não haja interrupção, para que não haja falência do sistema. Essa é a nossa responsabilidade", afirmou Ulisses Correia e Silva.
Após uma semana de indefinição, a TICV voltou a disponibilizar bilhetes para voos internos em Cabo Verde no mês de abril em 19 de março, mas ainda mantém suspensa a venda para maio, sendo conhecida a existência de um diferendo entre a entidade reguladora e aquela companhia aérea cabo-verdiana, entre outros problemas.
A Lusa contactou a administração da TICV e a AAC, sobre este diferendo, mas não obteve qualquer comentário até ao momento.
O primeiro-ministro cabo-verdiano disse na semana passada que o Governo estava a mediar um diferendo entre a entidade reguladora e a companhia aérea, para evitar suspensão de voos a partir de 01 de abril.
"É um diferendo que tem a ver com a aplicação de normas e de regras que a empresa entende não dever ser da forma como está a ser aplicada e a AAC entende de uma forma diferente. O Governo está a intermediar para podermos encontrar uma solução que normalize a situação", afirmou o chefe do Governo.
O caso foi denunciado pela Associação das Agências de Viagens e Turismo (AAVT) de Cabo Verde, que se mostrou preocupada com a indisponibilidade de voos domésticos e alertou para danos "irreparáveis" caso a situação não seja revertida.
A associação afirmou tratar-se de "uma situação inusitada" que "torna quase impossível a planificação e venda antecipada de passagens aéreas, inclusive a nível internacional, já que os emigrantes e outros passageiros da diáspora recusam-se a adquirir passagens aéreas para Cabo Verde, sem garantia de ligações internas aéreas às diferentes ilhas", acrescentou a AAVT.
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