Petroleiro apreendido nas Caraíbas transportava 1,6 mil milhões barris de crude no valor de 95 milhões de dólares.
O Governo venezuelano acusou esta quinta-feira os EUA de cometerem um “ato de pirataria internacional” com a abordagem e apreensão de um petroleiro carregado de crude ao largo da costa da Venezuela, numa significativa escalada da pressão militar e económica sobre o regime de Caracas.
“Este ato revela os verdadeiros motivos por detrás da agressão norte-americana contra a Venezuela: sempre foi por causa dos nossos recursos naturais, do nosso petróleo, da nossa energia, dos recursos que pertencem exclusivamente ao povo venezuelano”, denunciou o Governo de Nicolás Maduro em comunicado.
O petroleiro, identificado como ‘Skipper’ e que navegava sob falsa bandeira da Guiana, foi apresado em alto mar, ao largo da costa venezuelana, na quarta-feira à noite. Imagens partilhadas pela Casa Branca mostram comandos navais fortemente armados a descerem de um helicóptero e a tomarem rapidamente o controlo do navio, que transportava 1,6 mil milhões de barris de crude carregado dias antes em Puerto José, na Venezuela.
Segundo o Departamento de Justiça, o petroleiro, que já tinha sido sancionado pelos EUA em 2022, faz parte de uma ‘frota fantasma’ usada para transportar petróleo da Venezuela e do Irão à revelia das sanções internacionais. “É um petroleiro, muito grande, um dos maiores alguma vez apreendidos”, disse o presidente Donald Trump ao anunciar a operação. Questionado esta quinta-feira pelos jornalistas sobre os que os EUA vão fazer com o crude transportado pelo navio, avaliado em cerca de 95 milhões de dólares, Trump respondeu: “Acho que vamos ficar com ele”.
Corina Machado agradece "ações decisivas" de Trump
A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, saudou a apreensão do petroleiro ao largo da costa venezuelana pelos EUA e as outras “ações decisivas” do presidente Donald Trump para aumentar a pressão sobre o regime de Maduro. “Estes criminosos têm de ser travados e eliminar os recursos das suas atividades ilegais é um passo necessário”, disse a dirigente opositora em Oslo, na Noruega, onde chegou na madrugada desta quinta-feira, horas após a filha ter recebido em seu nome o Prémio Nobel da Paz. Mal chegou à capital norueguesa, pelas 2h30 da madrugada, dirigiu-se à varanda do hotel para saudar as centenas de apoiantes que a esperavam, antes de descer e cair, emocionada, nos braços da multidão, que gritava palavras de ordem como “liberdade” e “coragem”. Já depois, numa entrevista, garantiu que voltará em breve à Venezuela, e que o seu regresso não está dependente de um eventual afastamento de Maduro.“Voltarei quando acharmos que existem condições de segurança”, sublinhou, antes de se referir à pressão de Trump, que diz ter “enfraquecido” o regime. “Antes, julgavam que tinham impunidade. Agora percebem que é a sério e que o mundo está a ver”, afirmou. Questionada se apoia uma eventual intervenção militar dos EUA para derrubar Maduro, Machado evitou responder, mas lembrou que foi o presidente venezuelano quem “permitiu que o país fosse invadido”. “Temos agentes do Irão e grupos terroristas como o Hezbollah e oHamas que atuam em conluio com o regime, e cartéis narcotraficantes que fizeram da Venezuela um antro de criminalidade”, acusou.
Viagem arriscada
A viagem de Corina Machado até Oslo durou mais de 48 horas e foi recheada de perigos. A opositora venezuelana, que está na clandestinidade há mais de um ano, saiu de Caracas na segunda-feira, disfarçada e acompanhada por mais duas pessoas, e usou uma identidade falsa para passar por mais de uma dezena de controlos de segurança até chegar a um pequeno porto pesqueiro na costa, onde apanhou um barco de madeira até Curaçao. A travessia durou mais que o esperado devido ao estado do mar, e a sua equipa teve de avisar os EUA para que o barco não fosse confundido com uma embarcação de traficantes e atacada. Já na ilha pertencente aos Países Baixos embarcou num jato privado que fez escala em Bangor, no Maine (EUA) antes de atravessar o Atlântico Norte rumo à Noruega. A viagem foi coordenada com os EUA e planeada durante dois meses.
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