Pelo menos oito pessoas morreram em confrontos com a polícia durante a cerimónia. Venâncio Mondlane declara-se “presidente eleito pelo povo” e promete medidas governativas.
Várias pessoas morreram ontem durante protestos que resultaram em confrontos com a polícia enquanto decorria a tomada de posse de Daniel Chapo como quinto Presidente da República de Moçambique. Ainda não há um número oficial de vítimas, mas a organização não governamental Decide avança com oito mortes. Já o Centro da Democracia e Desenvolvimento fala em pelo menos seis mortes em Maputo e Matola. E a emissora Deutsche Welle diz que outras oito pessoas morreram em Nampula.
A cerimónia, com cerca de 2500 convidados, decorreu na Praça da Independência, no centro de Maputo, sob fortes medidas de segurança. Enquanto Daniel Chapo, da Frelimo, subia oficialmente ao poder, a polícia dispersava com tiros e com gás lacrimogéneo os apoiantes do candidato presidencial Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados das eleições de 9 de outubro. Mondlane disse ontem, no Facebook, que amanhã vai apresentar medidas governativas para os primeiros 100 dias do seu alegado mandato, pois é o “presidente eleito pelo povo de forma aberta e original”.
Os protestos pós-eleitorais desde 21 de outubro já resultaram em 303 mortes e mais 619 feridos. “Só o Venâncio é capaz de parar isto”, gritava um dos manifestantes.
No último discurso enquanto Presidente cessante, Filipe Nyusi apelou à união e pediu aos moçambicanos para apoiarem o programa de governação de Daniel Chapo, defendendo que é o caminho para assegurar o desenvolvimento do país.
Novo Presidente diz que jornada “não será fácil”
No primeiro discurso após tomar posse, Daniel Chapo defendeu a união no país e disse que o “diálogo com as forças políticas será sempre franco, honesto e sincero”, tendo como “prioridade das prioridades” a estabilidade política. O novo Presidente salientou que a sua investidura é o “início de uma nova fase de consolidação da construção da nação soberana e próspera”. “Hoje iniciamos juntos uma era para Moçambique e uma nova era. Este não é apenas o início de um mandato, mas de uma jornada que nos desafia a construir o futuro que sonhámos”, afirmou.
Daniel Chapo prometeu ser “não um Presidente distante, mas um filho da nação”. Deixou também uma mensagem de esperança e admitiu que a jornada não será “fácil”, mas quer que “filhos e netos olhem para este momento como um ponto de virada”.
Portugal quer “diálogo com todos”
O ministro dos Negócios Estrangeiros disse em Maputo que Portugal está disponível para apoiar e mediar a crise pós-eleitoral. Paulo Rangel assegura que Portugal está disposto a promover o diálogo “com todos os protagonistas”, tanto com Daniel Chapo como com Venâncio Mondlane. Rangel transmitiu ainda uma mensagem de esperança deixada por Marcelo Rebelo de Sousa. “Ele deixa uma palavra de bastante calor e de grande esperança em que Moçambique possa dar também ao seu povo condições de prosperidade cada vez maiores e melhores”, disse. O Presidente prometeu visitar Moçambique em junho, e garantiu que os moçambicanos podem contar com Portugal.
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