Em causa está o polémico acordo comercial com os Estados Unidos, que prevê tarifas norte-americanas de até 15%.
A presidente da Comissão Europeia vai proferir na quarta-feira o seu primeiro discurso sobre o Estado da União do segundo mandato, quando enfrenta críticas sobre o acordo comercial com os Estados Unidos e a sua postura sobre Gaza.
Depois de ter iniciado, em dezembro passado, funções como líder do executivo comunitário para mais um mandato de cinco anos, Ursula von der Leyen profere, na quarta-feira na sessão plenária na cidade francesa de Estrasburgo, o habitual discurso anual perante os eurodeputados, após o qual haverá um debate.
Desta vez, a apresentação da sua visão sobre o estado atual da União Europeia (UE) e das suas respostas aos desafios surge pouco depois de a presidente da Comissão Europeia ter concluído um polémico acordo comercial com os Estados Unidos, que prevê tarifas norte-americanas de até 15%.
No seu quinto discurso sobre o Estado da União, Ursula von der Leyen deve defender-se das críticas dos membros do Parlamento Europeu sobre este acordo, que o veem como desequilibrado e insatisfatório para o bloco comunitário por não haver taxação semelhante do lado europeu, e defender não só salvaguarda do comércio transatlântico como também a diversificação das parcerias comerciais.
Ao nível diplomático e devido à deterioração da situação humanitária em Gaza causada pela ofensiva israelita, Ursula von der Leyen tem enfrentado sérias críticas pela sua posição face ao conflito, devido à sua resposta inicial considerada favorável a Israel e ao seu silêncio perante alegadas violações do direito internacional por parte de Telavive.
Acresce que, depois de um verão de avanços falhados para um cessar-fogo na Ucrânia face à invasão russa, a líder do executivo foi criticada por exceder as suas competências no seio da UE ao admitir garantias de segurança pós-conflito que incluam tropas europeias no país.
O acordo prejudicial com os Estados Unidos, a fraca posição moral sobre Gaza e ainda a controvérsia relativamente à Ucrânia são as principais críticas feitas a Ursula von der Leyen e das quais se deverá defender no discurso de quarta-feira, mas em Bruxelas também se questiona o porquê de esta responsável por vezes representar a UE ao alto nível político e diplomático quando este papel cabe ao presidente do Conselho Europeu, António Costa. Isso aconteceu, por exemplo em agosto, durante os encontros em Washington com vista a um cessar-fogo em solo ucraniano.
Internamente, e à semelhança do mandato anterior, surgem tensões na sua equipa na Comissão Europeia.
Destaca-se o caso da vice-presidente executiva para a Transição Ambiental, a espanhola socialista Teresa Ribera, que descreveu publicamente a ofensiva israelita em Gaza como "um genocídio", declaração da qual o executivo comunitário se distanciou.
Apesar de nem sempre as críticas à postura da política alemã saírem dos corredores de Bruxelas, certo é que o Parlamento Europeu tem criticado a falta de transparência da líder do executivo comunitário.
A assembleia europeu chegou, em julho passado, a submeter Ursula von der Leyen a uma moção de censura depois de o Tribunal Geral da UE ter considerado que a Comissão Europeia não conseguiu apresentar uma explicação plausível para não divulgar mensagens de texto trocadas pela presidente da instituição com o presidente executivo da Pfizer durante a covid-19.
Apesar de a moção de censura ter sido rejeitada, impedindo a queda do executivo comunitário, revelou menos apoio parlamentar à presidente da Comissão Europeia, o que poderá afetar negociações em dossiês cruciais, como o orçamento da UE a longo prazo.
Realizado anualmente perante o Parlamento Europeu, o discurso sobre o estado da União da presidente da Comissão Europeia serve para definir prioridades para a União no ano que se segue e anunciar novas iniciativas, após uma reflexão sobre o ano que passou.
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