Carlos Rodrigues

Diretor

"Trata-se da adequação das relações internacionais à lógica da flotilha"

22 de setembro de 2025 às 00:32
Partilhar

A diplomacia é uma coisa séria. Os Estados não podem vogar ao sabor das circunstâncias As relações internacionais, as alianças entre povos, as opções estratégicas das nações, os relacionamentos privilegiados entre Estados, tudo isto leva décadas, por vezes séculos, a amadurecer. Um país como Portugal, com 900 anos de História, deve ter plena noção do frágil tecido que envolve o Mundo e as relações dentro dele. O tempo é arma fundamental na longa vida das nações. Vem tudo isto a propósito do “reconhecimento por Portugal do Estado da Palestina”. Trata-se da consagração da diplomacia para as redes sociais. Esta decisão não só faz perigar a unidade interna do Estado português, como bem se nota no comunicado do CDS, partido parceiro da coligação em Lisboa, como tem efeito prático nulo. É um movimento apressado, espécie de adequação das relações internacionais à lógica da flotilha, que reduz a capacidade de intermediação que, num futuro que se pretende próximo, virá a ser necessário. Sejamos claros: depois do massacre hediondo perpetrado pelo Hamas, o Estado de Israel ultrapassou várias linhas vermelhas. Nesta história não há bons e maus, há vítimas de ambos os lados. Os palestinianos, segundo a ONU, alvo de uma guerra genocida, e os israelitas, que veem perigar a sua democracia. Mas o problema é suficientemente complexo para que seja desaconselhável este tipo de precipitações da comunidade internacional.

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar